Folha de S. Paulo


Nigéria confirma novos casos de ebola e duas mortes

A Nigéria confirmou nesta quarta-feira (6) cinco novos casos de ebola em Lagos e uma segunda morte pelo vírus, o que eleva o total de casos na maior cidade da África subsaariana a sete.

"A Nigéria registrou sete casos confirmados do vírus ebola", afirmou o ministro da Saúde, Onyebuchi Chukwu.

Os mortos no país são Patrick Sawyer, um liberiano que chegou infectado a Lagos em 20 de julho, e uma enfermeira que atendeu o paciente, segundo o ministro.

"Todos os nigerianos diagnosticados com o vírus ebola foram contatos primários de Patrick Sawyer, que trabalhava para o ministério das Finanças da Libéria e foi contagiado por sua irmã", explicou Chukwu.

Sawyer viajou a Nigéria, o país de maior população do continente africano, para participar em uma reunião de políticos do oeste da África.

Ele morreu em quarentena no dia 25 de julho e, desde então, o hospital no qual ficou internado foi isolado.

Os cinco pacientes com ebola são atendidos em um local isolado em Lagos, informou o ministro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta que o número de mortos por ebola subiu para 932, depois que 45 pacientes morreram entre os dias 2 e 4 de agosto.

No mesmo período, o número de casos suspeitos, confirmados ou prováveis subiu para 1.711. A maioria dos novos casos é da Libéria.

Os outros países atingidos pela epidemia são Guiné e Serra Leoa.

A Arábia Saudita anunciou nesta quarta-feira a morte de um saudita com sintomas de ebola.

Dois americanos que trabalhavam na Libéria foram contaminados e voltaram aos EUA, onde foram tratados com um medicamento experimental, que nunca havia sido testado em seres seres humanos e que, aparentemente, de acordo com os médicos, citados pelo canal CNN, atenuou rapidamente os sintomas.

O diretor do Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), o dr. Anthony Fauci, defendeu prudência, no entanto, ao destacar que o soro tem "certa eficiência, mas apenas em dois pacientes". Também mencionou a "enorme dificuldade" para produzir uma quantidade significativa de doses na atual etapa.

EMERGÊNCIA

O Comitê de Emergências da OMS organiza nesta quarta-feira e quinta-feira uma reunião sobre a epidemia de ebola para decidir se o problema representa uma "emergência de saúde pública de alcance mundial".

O comitê anunciará a conclusão na manhã de sexta-feira (8).

Uma emergência de saúde pública de alcance mundial é definida como um "evento extraordinário suscetível de representar um risco de saúde pública para outros Estados, com a expansão da doença a nível internacional e que requer potencialmente uma resposta coordenada no âmbito internacional", afirma um comunicado da OMS, que tem sede em Genebra.

O comitê, que se reúne pela primeira vez para abordar a questão do vírus ebola, inclui especialistas internacionais e representantes dos países afetados que darão uma opinião técnica à diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

A OMS ainda não recomenda a adoção de nenhuma restrição às viagens ou negócios comerciais com Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria com base nas informações disponíveis sobre a epidemia.

O vírus do ebola se manifesta, entre outras maneira, por hemorragias, vômitos ou diarreias. A taxa de mortalidade oscila entre 25% e 90% e não existe vacina homologada.

O contágio acontece por contato direto com o sangue, líquidos biológicos ou tecidos de pessoas ou animais infectados.


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