Folha de S. Paulo


Egito recebe documento de palestinos para buscar trégua com Israel

A delegação negociadora palestina apresentou neste domingo (3) às autoridades egípcias o documento que contém as principais reivindicações dos grupos palestinos, no qual pedem a Israel para aceitar o cessar-fogo imediato em Gaza.

Durante reunião realizada neste domingo na sede da Liga Árabe, no Cairo, os dois lados debateram os principais pontos para encerrar a operação israelense em Gaza, iniciada em 8 de julho, e conseguir a suspensão do bloqueio com base na iniciativa egípcia, também apoiada pela comunidade internacional.

A partir de agora, o Egito deverá repassar esse documento às autoridades israelenses, enquanto a delegação palestina, liderada por Azzam al-Ahmed, dirigente do Fatah, continuará no Cairo à espera da possível chegada de uma equipe negociadora de Israel para dar início às conversas. No entanto, até o momento o governo israelense não confirmou presença.

Um membro do escritório político da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Mahed Taher, afirmou à Agência Efe que, antes da reunião com os egípcios, o documento foi aceito de forma unificada por todas as facções palestinas que compõem a delegação.

Segundo a fonte, os pontos pactuados fazem referência ao cessar-fogo, à retirada das forças israelenses de Gaza e ao desbloqueio da faixa, com a possível abertura das passagens fronteiriças.

As facções palestinas também pedem a recuperação dos direitos de pesca de 12 milhas náuticas e a supressão da chamada "zona de segurança", medida imposta por Israel para evitar uma aproximação pelo mar.

Além disso, os palestinos insistem no pedido de libertação de presos palestinos, entre eles aqueles que já deviam ter sido libertados após o acordo de entendimento assinado em 2011, no qual o israelense Gilad Shalit, que permaneceu cinco anos sequestrado em Gaza, acabou libertado.

A delegação negociadora palestina é composta por membros do Hamas e da Jihad Islâmica, que já se encontram na capital egípcia.

Até o momento, a ofensiva militar israelense deixou mais de 1.760 mortos e cerca de 9.500 feridos, a maioria civis, informou o Ministério da Saúde em Gaza.


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