Folha de S. Paulo


Israel se diz decepcionado com a retirada de embaixadores latinos

Israel expressou nesta quarta-feira (30) decepção pela retirada dos embaixadores do Peru, Chile e El Salvador devido a ofensiva do país em Gaza.

"Essa decisão é um apoio ao Hamas, uma organização reconhecida como terrorista por muitos países do mundo", diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Na semana passada, Brasil e Equador já haviam chamado seus embaixadores para consultas. Após nota em que o Itamaraty condena a desproporcionalidade na ofensiva, Israel respondeu duramente, dizendo que a atitude mostra porque o país é "politicamente irrelevante".

"Israel espera de países que se opõem ao terrorismo que se comportem de forma responsável e não recompensem terroristas", diz o comunicado, acrescentando que a cada vez que aceitou um cessar-fogo, o Hamas respondeu com lançamento de foguetes.

O Ministério das Relações Exteriores israelense também sugere que, em vez de chamar os seus embaixadores, os três países deveriam se somar aos esforços internacionais para ajudar a Israel a defender civis inocentes e conseguir um cessar-fogo durável que inclua a desmilitarização de Gaza.

Na terça (29), o Chile chamou o embaixador ao considerar que a escalada e a intensidade das operações israelenses violavam o princípio da proporcionalidade, desrespeitando, portanto, normas do direito internacional.

Por sua parte, o Peru lamentou a perda de vidas, pontuando que muitas vítimas são mulheres e crianças.

Na sua declaração, o governo chileno também condenou o disparo de foguetes pelo Hamas contra alvos civis em Israel, mas pontuou que a proporcionalidade é um requisito para justificar a auto-defesa.

Israel justifica a ofensiva em Gaza com o direito de se defender dos ataques do grupo radical a seu território. Desde o início da operação "Margem Protetora", no último dia 8, mais de 1.200 palestinos, na maioria civis, foram mortos. Entre os israelenses, 53 soldados e três civis morreram.


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