Folha de S. Paulo


Organização palestina oferece trégua após Israel intensificar ataques

Um alto funcionário da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) propôs um cessar-fogo de 24 horas nesta terça-feira (29) em Gaza, dizendo que falou em nome do Hamas, mas foi contrariado por um porta-voz do grupo militante islâmico.

O maior grupo da OLP, da qual o Hamas não é um membro, é o movimento Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que governa na Cisjordânia.

O secretário-geral da OLP, Yasser Abed Rabbo, disse que a oferta veio depois de consultas com o Hamas, que controla a faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica, um grupo militante menor em Gaza.

Autoridades palestinas disseram que Abbas esteve em contato nos últimos dias com Khaled Mashaal, o líder do Hamas no exílio.

"A liderança palestina, após consultas com a liderança do Hamas e da Jihad Islâmica, anuncia em nome de todos estes a nossa disponibilidade para um cessar-fogo humanitário imediato por 24 horas", disse Abed Rabbo, na Cisjordânia.

Um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, disse que "as observações do Sr. Abed Rabbo não são verdadeiras e não têm nada a ver com a posição das facções no momento".

Não ficou claro se Abu Zuhri reflete as opiniões da liderança do Hamas no exílio.

CONFLITO

Após anunciar que a ofensiva contra o Hamas em Gaza será longa, Israel intensificou os ataques contra posições do grupo no estreito de terra nesta terça-feira.

O Exército israelense realizou mais de 60 ataques áreas desde a madrugada, destruindo edifícios governamentais, a casa de um líder do Hamas e a principal central elétrica de Gaza, responsável pelo fornecimento de dois terços da energia da área.

Segundo Ashraf al-Kidra, um oficial de saúde palestino, ao menos cem palestinos morreram nos ataques desde meia-noite de segunda (28) –levando a um dos dias mais violentos da ofensiva israelense, iniciada no último dia 8.

Na segunda, morreram também dez militares israelenses.

Apesar da pressão internacional por um cessar-fogo, na segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que a operação só acabará quando Gaza estiver desmilitarizada.

Em 22 dias, 1.116 palestinos, muitos deles civis, e 53 soldados israelenses e três civis foram mortos.


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