Folha de S. Paulo


Premiê diz que Israel deve se preparar para longa operação em Gaza

No dia em que cinco soldados de Israel morreram em combate contra o grupo palestino Hamas, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu pediu que os israelenses se preparem para uma longa operação na faixa de Gaza.

Em discurso nesta segunda-feira (28), o chefe de governo disse que a ofensiva só acabará quando o território palestino for desmilitarizado. Para isso, segundo Netanyahu, seria necessário neutralizar os túneis que o Hamas e outros grupos radicais usam para entrar em Israel.

"Nós continuaremos a atuar agressivamente para proteger nossos cidadãos, soldados e crianças".

Netanyahu admitiu que o dia foi "doloroso" para Israel. Mais cedo, ele criticou o Conselho de Segurança da ONU por pedir um cessar-fogo. Para ele, a resolução "não responde às exigências de segurança de Israel".

As declarações foram feitas horas após a morte de quatro soldados atingidos por um foguete disparado pelo Hamas que caiu em Eshkol, no sul israelense. Horas antes, outro soldado foi morto durante combate com milicianos do Hamas em Gaza. Com isso, chega a 51 o número de mortos de Israel –48 militares e três civis.

As cifras de mortos foram revisadas pelas autoridades israelenses na noite desta segunda (28). Inicialmente, o Estado judaico havia relatado a morte de nove soldados e quatro civis.

A segurança do Estado judeu foi violada também quando cinco militantes do Hamas conseguiram atravessar um túnel e chegar à comunidade de Nahal Oz, no sul israelense. Todos eles foram mortos pelo Exército.

Durante o discurso, o chefe do Exército de Israel, Benny Gantz, alertou os moradores de Gaza sobre a possibilidade de novos bombardeios. "Eles devem manter distância das áreas de domínio do Hamas, porque nós vamos atacá-las e será doloroso".

O sinal da intensidade da operação começou a ser visto a partir do fim da noite. A região sofreu com intensos bombardeios que clarearam o céu por horas.

Segundo a administração de Gaza, oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas com a queda de mísseis israelenses em Khan Younis, no sul do território palestino. Os ataques continuaram durante a madrugada.

HAMAS

Em resposta às declarações de Netanyahu, o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que não se assusta com a ofensiva e que Israel "pagará o preço pelos massacres contra civis e crianças". Nesta segunda, 20 palestinos morreram em combates durante o dia em Gaza, elevando o número de mortos no conflito para mais de mil.

O ataque mais mortal ocorreu no campo de refugiados de Al-Shatti. Uma explosão atingiu um parque e matou oito crianças que brincavam no local e dois adultos.
Outras três pessoas morreram após uma explosão ao lado do do hospital Shifa, na cidade de Gaza, e duas atingidas por bombas no norte do território palestino.


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