Folha de S. Paulo


Libéria fecha fronteiras por causa do ebola

O governo da Libéria (África Ocidental) decidiu fechar neste domingo (27) a maioria de seus postos de fronteira para tentar conter a propagação do vírus ebola, que já matou mais de 670 pessoas em países do oeste africano neste ano, no que é considerado o seu pior surto na história.

Falando em uma reunião da força-tarefa para combater a doença, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, disse que o governo está fazendo de tudo para combater o vírus, incluindo inspeção e teste pela autoridade aeroportuária da Libéria de todos os passageiros que entram no país e saem dele.

"As fronteiras do país serão fechadas, com exceção dos principais pontos de entrada. Nesses pontos, serão criados centros de prevenção e de teste. Também anunciaremos medidas preventivas rigorosas, que serão escrupulosamente respeitadas", declarou Sirleaf.

O surto também matou um dos principais médicos da Libéria, segundo informaram autoridades do país neste domingo (27). Samuel Brisbane, que morreu no sábado, estava tratando vítimas do ebola no John F. Kennedy Memorial Medical Center, o maior hospital da capital liberiana, Monróvia, quando adoeceu.

O médico americano Kent Brantly, 33, que viajou para a Libéria para ajudar no combate ao vírus, também contraiu a doença e está na unidade de terapia intensiva de outro hospital de Monróvia. Segundo a porta-voz do grupo Samaritan's Purse, organização de caridade à qual o médico está ligado, sua condição é estável.

Os casos são nova demonstração das dificuldades enfrentadas pelos países daquela região da África no tratamento da doença. Na semana passada, o governo de Serra Leoa confirmou que o médico que coordenava os esforços de combate ao ebola no país, Sheik Umas Khan, contraiu ele próprio o vírus. No início de julho, um médico de Uganda também morreu vítima do ebola.

Não existe cura conhecida para o vírus, que é altamente contagioso e considerado um dos mais mortais do mundo –a atual taxa de mortalidade da epidemia é de cerca de 60% dos infectados. Seus sintomas incluem vômitos e diarreia, bem como hemorragias interna e externa.

Pelo menos 1.201 pessoas foram infectadas pelo ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Até este domingo, 672 morreram –129 na Libéria, 319 pessoas na Guiné e 224 em Serra Leoa.


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