Folha de S. Paulo


Primeiro-ministro de Israel diz que Hamas violou o próprio cessar-fogo

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse neste domingo (27) que a facção palestina Hamas violou sua própria oferta de trégua humanitária de 24 horas em Gaza.

Questionado se Israel aceitaria a oferta de trégua, Netanyahu disse à CNN: "O Hamas não aceita o seu próprio cessar-fogo, continua disparando contra nós, enquanto nós falamos".

"Sob estas circunstâncias, Israel vai fazer o que for necessário para defender seu povo", declarou Netanyahu.

Mais cedo, o Hamas havia aceitado um cessar-fogo a partir das 14h locais (8h, no horário de Brasília) em resposta a uma iniciativa das Nações Unidas. Repórteres da AFP em Gaza, no entanto, disseram que ainda era possível ouvir explosões.

Mohammed Saber/Efe
Fumaça se espalha após um ataque aéreo no leste da Cidade de Gaza
Fumaça se espalha após um ataque aéreo ocorrido no leste da Cidade de Gaza neste domingo (27)

Anteriormente, Israel havia dado sua aprovação a um plano de cessar-fogo promovido pelo Egito que não havia sido aceito pelo Hamas, mas Netanyahu mostrou-se pouco entusiasta sobre o último chamado a uma trégua proposto pela ONU neste domingo.

REDE DE TÚNEIS

O primeiro-ministro israelense ainda disse à CNN que as forças de seu país continuarão com suas operações para tentar desmantelar a rede de túneis que o Hamas construiu na fronteira e destruir seus depósitos de foguetes.

"Não vou falar sobre uma operação militar específica", disse. "Israel está fazendo o que qualquer outro país faria e o que os Estados Unidos fariam se qualquer parte de seu país estivesse sob fogo e você tivesse 60 ou 90 segundos para chegar a um refúgio", acrescentou.

"Claro que queremos deixar de disparar foguetes. Queremos desmantelar o túnel, a rede de túneis terroristas que descobrimos. Não sei se teremos êxito total", admitiu.

"Nossos soldados estão nisso agora", disse.

Pelo menos 1.023 palestinos morreram em Gaza, em sua grande maioria civis, desde o lançamento da operação "Barreira Protetora", segundo os serviços de urgência locais. Outros 6.000 ficaram feridos.

Com as últimas baixas, chega a 46 o número total de mortos do lado israelense nos últimos nove dias.

ESCOLA DA ONU

Também neste domingo, os israelenses negaram responsabilidade pelo ataque a uma escola gerida pelas Nações Unidas em Beit Hanoun (norte de Gaza) na quinta-feira (25), que segundo os palestinos matou 16 pessoas e deixou dezenas de feridos.

A escola abrigava palestinos deslocados devido ao confronto na faixa de Gaza.

O tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz do Exército de Israel, alegou que um morteiro foi disparado, mas caiu num pátio vazio da escola e não poderia ter provocado as mortes.


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