Folha de S. Paulo


Análise: Hamas enfrenta agora críticas da opinião pública no mundo árabe

Ao contrário do que ocorreu no passado, a opinião pública árabe vê com reservas a ação do Hamas.

O apoio incondicional ao grupo, que prega a destruição do Estado judeu, cede lugar agora à desconfiança.

Entre a própria população palestina já há críticas abertas ao que se considera o alto preço a pagar em vidas e estabilidade econômica pela ação do grupo que tem, como únicos aliados, o Hizbullah libanês e os seus patrões iranianos.

Os islamistas do Hamas têm se mostrado incapazes de levantar as massas palestinas. Dessa vez não estão ocorrendo levantes de protesto nos territórios ocupados.

Rival do Hamas, o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, criticou publicamente o grupo, num pronunciamento na TV. Acusou os islamitas de provocarem mortes desnecessárias e jogarem com sangue palestino ao provocar Israel.

O representante da AP no Conselho de Direitos Humanos da ONU reforçou as críticas aos extremistas, acusando-os de cometerem "crimes de guerra" ao tentaram atingir alvos civis em Israel.

Mas a mudança mais radical de atitude com relação ao Hamas vem do Egito, onde o presidente Abdel Fattah al-Sisi detesta o grupo extremista em razão das ligações que mantém com a Irmandade Muçulmana. Em vez de condenar Israel, pede ao Estado judeu que contenha suas ações militares para que se efetive um cessar-fogo.


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