Folha de S. Paulo


Médico que chefia combate ao ebola em Serra Leoa contrai o vírus

O médico que chefia o combate a um surto do vírus mortal ebola em Serra Leoa contraiu, ele próprio, a doença.

O virologista leonês Sheik Umas Khan, 39, soma-se a uma lista crescente de profissionais médicos contaminados enquanto lutam para combater o alastramento da doença na África ocidental.

O ebola já matou 632 pessoas na Guiné, Libéria e Serra Leoa desde que o surto começou, em fevereiro.

Diante de uma das doenças mais letais do mundo, os sistemas de saúde já fracos estão expostos a pressão adicional, apesar de receber ondas de ajuda internacional.

Umaru Fofana/Reuters
Após liderar o combate ao ebola na África, o médico leonês Sheik Umas Khan contraiu o vírus
Após liderar o combate ao ebola na África, o médico leonês Sheik Umas Khan contraiu o vírus

Num sinal da frustração crescente com a falha dos governos regionais em fazer frente ao surto, um liberiano cujo irmão morreu da doença ateou fogo à sede do Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (23), em protesto.

Um comunicado emitido pelo gabinete do presidente de Serra Leoa disse que Khan, virologista que já tratou mais de cem vítimas do ebola, foi transferido para uma enfermaria dirigida pela ONG Médicos Sem Fronteiras.

Uma fonte da enfermaria confirmou que Khan está vivo e está sendo tratado, mas não deu detalhes maiores sobre seu estado.

Ele foi saudado pelo Ministério da Saúde como "herói nacional" por seus esforços para liderar a luta contra o surto de ebola, que apenas em Serra Leoa já matou 206 pessoas.

Não ficou claro como Khan contraiu o vírus. Seus colegas disseram à Reuters que ele sempre era meticuloso em relação à proteção, usando avental, máscara, luvas e calçados especiais.

Três enfermeiras que trabalhavam ao lado de Khan, no mesmo centro de tratamento de ebola que ele, morreram da doença três dias atrás.

Tarik Jasarevic, porta-voz da Organização Mundial de Saúde, disse que cerca de cem profissionais de saúde foram contaminados pelo ebola em três países e que 50 deles morreram.


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