Folha de S. Paulo


Empresas de EUA e Europa mantêm suspensão de voos a Israel

As companhias aéreas dos Estados Unidos e da Europa mantiveram nesta quarta-feira (23) a suspensão dos voos para Tel Aviv, em Israel, devido ao conflito entre o Estado judaico e o grupo radical palestino Hamas.

A suspensão foi aplicada após a queda de um foguete disparado da faixa de Gaza em Yahud Monoson, localidade ao lado da cabeceira da pista do aeroporto de Ben Gurion, o principal de Israel.

Gil Cohen-Magen/AFP
Passageiros embarcam no aeroporto de Tel Aviv, um dia após início da suspensão de voos a Israel
Passageiros embarcam no aeroporto de Tel Aviv, um dia após início da suspensão de voos a Israel

Diante do risco à operação aérea, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um novo comunicado proibindo os voos comerciais de companhias americanas para a região.

Desse modo, continuam suspensos os voos da Delta Airlines, da US Airways e da United Airlines pelo menos pelas próximas 24 horas. A medida também foi seguida por algumas companhias europeias.

A Lufthansa cancelou até a note da próxima quinta (24) todas as viagens da empresa e das subsidiárias Germanwings, Austrian Airlines, Swiss e Brussels Airlines. O período de interrupção é o mesmo para a alemã Air Berlin e a polonesa LOT.

Por outro lado, Air France, KLM, Alitalia e Iberia cancelaram apenas os voos desta quarta para Tel Aviv. As 11 empresas seguiram comunicado da Agência de Segurança Aérea da Europa em que "recomenda fortemente" que se evite o aeroporto.

Embora o governo britânico não tenha emitido nenhum alerta similar, a EasyJet manteve por hoje a suspensão de seus voos para Israel, mas a British Airways opera normalmente.

Além das companhias americanas e europeias, a Turkish Airlines e a Royal Jordanian também suspenderam voos. Não há nenhum voo direto de nenhuma companhia aérea entre o Brasil e Israel.

As empresas que cancelaram voos pedem a seus passageiros que entrem em contato para remarcar suas passagens para as próximas semanas.

HAMAS

Nesta quarta (23), o Hamas chamou de "grande vitória" a suspensão dos voos. Na noite de terça (22), a Administração de Aviação Civil havia qualificado a medida como "um prêmio ao terrorismo".

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, pediu que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, para retomar o serviço. Em nota, o Departamento de Estado disse que a suspensão foi feita para "proteger cidadãos e as empresas aéreas".

O cancelamento dos voos em Israel é feito cinco dias após a queda de um Boeing-777 da Malaysia Airlines em Donetsk, no leste da Ucrânia. A principal hipótese é que a aeronave tenha sido derrubada por um míssil disparado por separatistas.

Na última quinta (17), também houve o início da ofensiva terrestre de Israel na faixa de Gaza. Desde então, pelo menos 29 soldados israelenses e mais de 600 palestinos morreram.


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