O Parlamento do Iraque, que deveria eleger o novo presidente do país nesta quarta-feira (23), adiou a votação por um dia, atrasando a formação de um novo governo, necessário para enfrentar um levante de radicais muçulmanos sunitas no país.
O avanço dos militantes, que tomaram áreas do norte do Iraque no mês passado, colocou a sobrevivência do país em perigo. Desde as eleições, em abril, os políticos não conseguem formar o novo governo.
Os EUA deixaram claro que a criação de um governo mais inclusivo em Bagdá é um requisito para o seu apoio militar contra a insurgência.
Sob o sistema de governo do Iraque, em vigor desde a Constituição pós-Saddam Hussein adotada em 2005, o primeiro-ministro é um membro da maioria xiita, o líder do Parlamento é sunita e o presidente é um curdo.
O líder do Parlamento Salim al-Jubouri disse à Câmara que os curdos tinham pedido mais um dia para que pudessem chegar a um acordo sobre um candidato.
O sunita Jubouri foi eleito com 194 votos dos 328 do Parlamento na terça (15).
No cargo desde 2006, o premiê xiita Nouri al-Maliki enfrenta grande pressão para renunciar. Até agora, ele insiste em permanecer no poder para um terceiro mandato, afirmando que seu bloco conquistou a maioria nas eleições legislativas de abril deste ano.
A insurgência sunita é liderada pelo Estado Islâmico, antes chamado de Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), que decretou um califado (Estado islâmico) na área que controla no Iraque e na Síria.