Folha de S. Paulo


Durante a noite, ataques do Exército aumentam número de mortos em Gaza

As Forças de Defesa de Israel davam continuidade, nesta quarta-feira (23), ao severo bombardeio em toda a faixa de Gaza, aumentando as cifras de mortos e feridos na região. Durante toda a manhã, ouviam-se explosões e o sobrevoo de aviões não tripulados no estreito de terra.

Autoridades palestinas estimavam em 19 os mortos durante os ataques noturnos do Exército. Uma ação na região de Shamaa, na cidade de Gaza, deixou ao menos um morto e 30 feridos, segundo as informações preliminares, não confirmadas.

A reportagem da Folha visitava o hospital de Shifa, na cidade, quando as ambulâncias começaram a chegar trazendo os feridos. Foram diversas levas, carregando crianças empoeiradas e ensanguentadas. Familiares preenchiam o saguão com os seus gritos de desespero.

"Meu irmãozinho, meu irmãozinho", uma jovem lamentava. Testemunhas afirmavam estar ao redor da mesquita de Shamaa quando houve a explosão. Não estava claro o objetivo estratégico do Exército, ali. Israel tem acusado a facção palestina Hamas de usar os civis como escudos.

"Qual foi o nosso pecado? Sermos palestinos?", perguntava Najah al-Atar, no pátio de uma escola transformada em refúgio. "Temos medo. Somos mulheres, crianças, anciãos. Não temos para aonde ir."

O número de militares israelenses mortos desde o início da operação Margem Protetora subiu para 29, após mais dois soldados morrerem na terça-feira (22) nos combates na faixa de Gaza, informou nesta quarta o Exército de Israel.

O número de mortos entre os palestinos já passou de 600, enquanto os feridos são quase 4 mil, segundo a ONU, a maioria deles civis e vítimas dos bombardeios das Forças Armadas de Israel sobre o território palestino.

O sequestro e morte de jovens israelenses e de um jovem palestino desencadearam a escalada de violência na região. A invasão terrestre de Gaza, com o objetivo de destruir os túneis que o Hamas usa para se infiltrar em Israel, começou na última quinta (17).


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