Folha de S. Paulo


Separatistas pró-Rússia abandonam posições nos arredores de Donetsk

O chefe das milícias pró-russas, Igor Strelkov, admitiu nesta quarta-feira (23) que seus destacamentos abandonaram três localidades nos arredores de Donetsk, assim como as cercanias do aeroporto dessa cidade no leste da Ucrânia, controlada pelas forças separatistas.

"Deixamos Karlovka, também Netailovo e Pervomaiskoye. As pequenas forças que tínhamos ali corriam o risco de serem cercadas e aniquiladas", disse Strelkov, citado pela agência oficial russa RIA Novosti.

O chefe das milícias acrescentou que a saída dessas localidades foi "ordenada" e com "baixas insignificantes".

"Seria um crime deixar vários pelotões de infantaria para que as tropas (ucranianas) massacrassem", explicou.

Os rebeldes se dirigiram para as duas principais cidades controladas por eles –Donetsk e Lugansk.

Moradores disseram que os rebeldes, que querem a independência de Kiev, cavaram trincheiras no centro de Donetsk, do lado de fora da principal universidade, onde eles têm vivido em dormitórios estudantis.

AVANÇO

Como resultado dessas ações, acrescentou Strelkov, "o inimigo [as forças ucranianas] rompeu o cerco em torno do aeroporto de Donetsk e chegou até a periferia noroeste de Donetsk".

Destacou que o mesmo teria acontecido um dia depois, mesmo sem o recuo das milícias, que "teriam perdido mais de 100 homens para ganhar um tempo desnecessário".

Strelkov opinou que as tropas ucranianas não vão desenvolver sua ofensiva sobre Donetsk e que se limitarão a atacar a cidade com fogo de artilharia

"O inimigo não entrará na cidade. Donetsk não é a pequena Derzhinsk com uma guarnição de 80 combatentes", advertiu.

Na sua opinião, o plano das força governamentais é forçar as milícias a deixarem a cidade, que no momento da explosão do conflito, em abril, tinha quase um milhão de habitantes.

Em Donetsk, residentes disseram ter ouvido bombardeio durante a noite e uma fábrica de produtos químicos foi atingida, causando um incêndio.

Confrontos também foram relatados em Lugansk durante a noite, segundo autoridades de Kiev.


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