Folha de S. Paulo


Após ataque, companhias de EUA e Europa cancelam voos para Israel

A queda de um foguete do grupo radical palestino Hamas a cerca de dois quilômetros do aeroporto de Tel Aviv nesta terça-feira (22) provocou a suspensão e o cancelamento de voos de companhias aéreas americanas e europeias para Israel.

Segundo o porta-voz da polícia israelense, Luba Samri, o projétil vindo da faixa de Gaza caiu na área urbana de Yahud Monoson, que fica ao lado da cabeceira do aeroporto de Ben Gurion.

A medida foi tomada inicialmente pela americana Delta Airlines, que foi obrigada a desviar para Paris um Boeing-747 que seguia de Nova York para Tel Aviv com 273 passageiros.

Até o momento, as seguintes companhias suspenderam voos:

- Air France e KLM: suspensão por tempo indeterminado de voos vindos de Paris e Amsterdã.
- Alitalia: cancelou os voos de terça para Tel Aviv e pretende retomar as operações na quarta (23).
- Lufthansa, Swiss International Airlines e subsidiárias: cancelaram viagens para Tel Aviv pelas próximas 36 horas.
- Turkish Airlines: avião de Istambul a Tel Aviv teve que voltar à Turquia; empresa suspende voos por 24 horas
- Iberia e Vueling: voos suspensos por 24 horas saindo de Madri e Barcelona
- EasyJet: companhia britânica suspendeu viagens de Londres a Tel Aviv por 24 horas
- Delta, US Airways e United Airlines: todas as frequências com destino a Israel até 31 de julho foram canceladas.
- Air Canada: cancelou o voo entre Toronto e Tel Aviv desta terça e monitora a situação.
- LOT: voo entre Varsóvia, na Polônia, e Tel Aviv suspenso por 36 horas

As companhias aéreas recomendam que os passageiros com bilhetes para a cidade israelense entrem em contato para remarcar a viagem. Nenhuma companhia faz voos diretos do Brasil para o Estado judaico.

Pouco após o pouso não programado do avião da Delta Airlines, a Administração Federal de Aviação americana (FAA) proibiu que aviões civis viajem a Tel Aviv nas próximas 24 horas. Apenas aeronaves militares poderão se aproximar da região.

A Agência de Segurança Aérea da Europa também fez uma "forte recomendação" para que as companhias aéreas da União Europeia evitem o aeroporto da cidade israelense.

Em nota, a Administração de Aviação Civil de Israel criticou a decisão das empresas e considerou os cancelamentos "um prêmio ao terrorismo". Já o ministro dos Transportes israelense, Israel Katz, disse que não há motivo para o temor.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pediu ajuda ao secretário de Estado americano, John Kerry, para restaurar os voos comerciais dos EUA com destino a Israel.

Um alto funcionário do governo americano, contudo, afirmou que o presidente Barack Obama não irá "passar por cima" da decisão da FAA.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Israel
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ATAQUE

Desde o início da incursão terrestre na faixa de Gaza, na quinta (17), 27 soldados israelenses e 604 palestinos morreram, em operação militar do Exército de Israel destinada a acabar com a capacidade ofensiva do Hamas.

Na ofensiva, foram destruídos túneis entre Gaza e Israel e bombardeios para debilitar a infraestrutura de lançamento de foguetes do Hamas e de outros grupos armados.

Desde essa data, aproximadamente 2.060 projéteis foram lançados de Gaza contra o sul, o centro e o norte de Israel, chegando a cidades como Haifa, a mais de 150 quilômetros de distância do território palestino.

Cerca de 1.600 atingiram Israel, enquanto 396 foram interceptados pelo sistema defensivo Domo de Ferro. Mais cedo, o secretário de Estado americano, John Kerry, pediu ao Hamas que negocie a paz com Israel em Gaza.


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