Folha de S. Paulo


Reino Unido fará nova investigação sobre morte de ex-espião russo

A ministra do Interior britânica, Theresa May, anunciou nesta terça-feira (22) uma investigação pública sobre a morte do ex-agente russo Alexander Litvinenko, que foi envenenado em 2006 em Londres com polônio, uma substância radioativa.

"Espero realmente que esta investigação proporcione consolo à viúva", comentou a ministra.

Alexandre Litvinenko, um desertor do serviços de inteligência russo, havia bebido um chá em novembro de 2006 com Andrei Lugovoi, um agente secreto russo, e com o executivo Dimitri Kovtun, em um hotel londrino.

Posteriormente faleceu como consequência de um envenenamento com polônio.

O ex-espião da KGB, que estava exilado no Reino Unido desde 2000, morreu em 23 de novembro de 2006 aos 43 anos.

Martyn Hayhow - 14.set.2004/AFP
Foto de 2004 mostra o ex-agente russo Alexander Litvinenko, em Londres
Foto de 2004 mostra o ex-agente russo Alexander Litvinenko, em Londres

Sua viúva, Marina Litvinenko, disse estar aliviada com o anúncio desta investigação, que transmite aos assassinos de seu marido a mensagem de que "pouco importa seu poder, a verdade acabará sendo revelada".

Marina acredita que seu marido foi assassinado por ordens do Kremlin e revelou que, na época da morte, Litvinenko colaborava para os serviços de espionagem britânicos MI6.

Com a nova investigação, que começará no próximo dia 31, será possível estabelecer se o Estado russo estava envolvido em uma conspiração para matar o antigo agente da KGB.

Espera-se que muitas das provas levantadas na investigação sejam analisadas a portas fechadas caso afetem a segurança nacional britânica, segundo a imprensa local.

Até agora, o governo tinha se negado a iniciar um processo deste tipo por considerar que não era necessária, pois já havia outras duas abertas, a policial e a legista.

A investigação no Reino Unido causou tensões com o governo russo, que se negou a cooperar com a polícia britânica.


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