Folha de S. Paulo


Hamas põe fim do bloqueio a Gaza como condição para cessar-fogo

O Hamas, organização islâmica que tem o controle de Gaza, declarou nesta segunda (21) que o fim do bloqueio econômico imposto por Israel à região é uma de suas condições para um acordo de cessar-fogo.

A libertação dos presos palestinos na Cisjordânia e a abertura das fronteiras de Gaza também são demandas da organização.

Segundo o ex-vice-ministro de comunicação do Hamas, Ihab al Ghusein, as milícias seguirão lutando até que suas condições sejam atendidas.

"Estamos há oito anos sob ataque e estamos morrendo lentamente, se o povo está sofrendo, nós também sofremos, nossas famílias estão aqui, morrendo e se ferindo, talvez eu seja o próximo", disse Ghusein à agência Efe.

O líder do Hamas disse que Israel foi o responsável pelo início das hostilidades, e culpou também os Estados Unidos.

"Eles começaram isso, nós não queríamos isso. Eles começaram o massacre. Todos os mortos são crianças e mulheres e nós, como palestinos, consideramos que não temos nada a perder".

Israel passou a impor um bloqueio econômico a Gaza em 2007, após o Hamas ter tomado o controle da região. Desde então, é restrita a entrada de bens que não sejam alimentos, combustível, produtos de higiene, roupas e calçados. A entrada e a saída de pessoas também são controladas por Israel.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Gaza

O governo israelense mantém as restrições para pressionar o Hamas a deixar de lançar foguetes em seu território, e para evitar a entrada de materiais que possam ser usados para construção de armamentos.

Ghusein também comentou o caso do soldado israelense que o Hamas diz ter capturado, e que o Exército de Israel nega.

"Temos que acreditar na resistência, eles nunca mentiram, não precisam. O mesmo aconteceu em 2006, quando a resistência também capturou (Gilad) Shalit. Disseram que ninguém foi capturado mas, no final, todo o mundo viu que o soldado havia sido apanhado", disse.

Desde o início da operação Margem Protetora, de ofensiva israelense sobre Gaza, ao menos 556 palestinos morreram, a maioria civis. Do lado de Israel, morreram 25 soldados e dois civis.


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