O governo alemão pediu aos Estados Unidos que o chefe da agência de inteligência americana em Berlim deixe o país, disse nesta quinta-feira (10) um deputado aliado da chanceler Angela Merkel.
O porta-voz do governo, Steffen Seibert , confirmou a informação. "Pedimos ao representante dos serviços secretos americanos na embaixada dos Estados Unidos que abandone a Alemanha", disse em nota.
A Casa Branca se recusou a comentar a notícia da expulsão, mas ressaltou que os vínculos entre os serviços de inteligência dos dois países são vitais.
"Vimos as informações e não fazemos nenhum comentário sobre um suposto assunto de inteligência", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden.
"Mas nossa relação de segurança e inteligência com a Alemanha é muito importante e mantém alemães e americanos a salvo", completou Hayden.
O embaixador americano em Berlim não quis comentar o caso, mas disse que a cooperação entre EUA e Alemanha é "essencial".
Clemens Binniger, deputado alemão que faz parte da comissão do Parlamento que fiscaliza as agências, disse que "o governo pediu que o representante das agências de inteligência dos EUA na Alemanha deixe o país como resposta a falha em ajudar a responder diversas alegações, a começar pela NSA e até os últimos incidentes".
As relações entre os dois países ficaram estremecidas depois de uma série de denúncias feitas pela Alemanha sobre a espionagem feita por Washington.
Entre os casos citados pelos deputado estão as denúncias recentes que um espião da BDA (a agência de inteligência alemã) e um militar do Exército passaram informações ao governo americano.
O agente foi preso no dia 9 de julho.
Além disso, Berlim também reclama da espionagem feita pela NSA (Agência de Segurança Nacional) americana contra a chanceler Angela Merkel, como revelado por Edward Snowden.