Folha de S. Paulo


Enterro de palestino assassinado reúne milhares em Jerusalém Oriental

Milhares de pessoas se reuniram nesta sexta feira (4) no bairro de Suafat, em Jerusalém Oriental, para o enterro do palestino Mohammed Abu Khder, 16. Há suspeita que a morte do adolescente, foi uma vingança pelo assassinato de três jovens israelenses.

Ao grito de "o sangue dos mártires nos redimirá" e em um ambiente de tensão, jovens mascarados, idosos, mulheres e crianças do bairro palestino prestaram homenagem a Khder.

O corpo, parcialmente queimado e com marcas de violência, foi encontrado em uma floresta em Jerusalém Ocidental.

A polícia de Israel investiga a motivação do crime, que pode ter sido um ato de resposta pelo sequestro de três jovens judeus na Cisjordânia. Os corpos foram encontrados na segunda (30).

A morte de Khder foi o estopim para confrontos entre palestinos e forças israelenses. Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos.

"Faremos Israel pagar por isto. O sangue dos mártires não será em vão", disse à Agência Efe Mohammed Alfadi, um jovem palestino morador de Suafat.

A procissão fúnebre começou pouco depois da oração da sexta-feira, que marca o início do Ramadã, em uma mesquita lotada. O local estava decorado com fotos do adolescente.

Na casa da vítima, os familiares e amigos esperavam a entrega do corpo por parte das autoridades israelenses, que foi atrasada para a realização de uma autópsia.

"Não quiseram nos entregar o corpo. Não quiseram que o povo palestino enterrasse o jovem como eles enterraram seus três jovens entre milhares de pessoas", disse à Efe um familiar da vítima.

O atraso na entrega do corpo foi uma das razões que provocaram distúrbios na região na quinta-feira (3), que terminaram com 15 feridos.

O enterro teve um forte esquema de segurança.

Ahmad Gharabli/AFP
O corpo de Mohammed Abu Khder é carregado durante seu funeral em Jerusalém
O corpo de Mohammed Abu Khder é carregado durante seu funeral em Jerusalém

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