Folha de S. Paulo


Papa faz apelo pela unidade nacional no Iraque; pontífice também falou sobre pedofilia

O papa Francisco fez um apelo aos líderes iraquianos para que tentem de tudo a fim de "preservar a unidade nacional e evitar a guerra", durante o ângelus deste domingo (29).

O pontífice apoiou um pedido feito pelos bispos do Iraque para a formação de um governo de unidade nacional, com o objetivo de evitar um êxodo contínuo de cristãos, enfraquecidos por uma inédita ofensiva dos rebeldes sunitas liderados pelo Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL).

Giuseppe Lami/Efe
No Vaticano, papa Francisco realiza o tradicional ângelus
No Vaticano, papa Francisco realiza o ângelus; ele pediu para que líderes iraquianos evitem a guerra

"As notícias recebidas do Iraque são, infelizmente, muito dolorosas", lamentou o papa.

"Uno-me aos bispos do país em seu apelo aos governantes para que, por meio do diálogo, preservem a unidade nacional e evitem a guerra", acrescentou, falando a uma multidão da janela do palácio Apostólico.

O papa expressou sua proximidade com as "milhares de famílias, especialmente cristãs, que tiveram que abandonar suas casas e estão em grave perigo."

"A violência gera violência, o diálogo é o único caminho para a paz", acrescentou a milhares de fiéis.

Reunidos em sínodo em Erbil, capital do Curdistão iraquiano, de 24 a 28 de junho, os bispos da Igreja Caldéia, rito majoritário entre os cristãos do país, desejou a rápida formação de um governo de unidade nacional.

CORRUPÇÃO

Em entrevista ao jornal italiano "Il Messaggero", o papa denunciou neste domingo o flagelo da corrupção, um tema que, como a denúncia de sacerdotes "mundanos", recebe uma particular atenção.

"É difícil manter-se honesto na política. Às vezes, é como se algumas pessoas fossem fagocitadas por um fenômeno endêmico".

"Hoje, o problema é que a política está desacreditada, devastada pela corrupção, o fenômeno dos subornos. Infelizmente, corrupção é um fenômeno global. Há até chefes de Estado que estão na prisão por isso. "

Segundo o papa, "vivemos em uma época de mudança", que "alimenta a decadência moral, não só na política, mas também na esfera financeira ou social."

PEDOFILIA

O papa Francisco também falou sobre o abuso sofrido por crianças, as usadas para o trabalho manual, porque têm mãos pequenas, e aquelas que são vítimas de abuso sexual: "isso me faz sofrer."

Para ele, os homens "mais velhos" que abordam prostitutas menores de 15 anos não são nada além do que "pedófilos".


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