Folha de S. Paulo


Rivais de premiê do Iraque articulam sua saída, dizem EUA

Lideranças políticas do Iraque já se articulam para substituir Nuri al-Maliki como premiê do país, segundo autoridades americanas.

Eles estão encorajados pelo que veem como uma vontade dos EUA de encontrar alguém que seja mais aceitável aos sunitas e curdos iraquianos, assim como para a maioria xiita –embora seja dessa corrente islâmica, Maliki não tem unanimidade.

Nos últimos dois dias, autoridades dos EUA se encontraram com Usama Nujaifi, o líder do bloco sunita, e com Ahmad Chalabi, um possível candidato xiita.

Maliki marginalizou outros grupos, incentivando políticas sectárias acusadas de inflarem a insurgência sunita que tomou recentemente a cidade de Mossul e, agora, ameaçam a capital Bagdá e o sul, que é xiita.

O governo Obama não esconde a irritação com Maliki.

O presidente do Curdistão (região autônoma no norte do Iraque), Massoud Barzani, conversou por telefone com o vice americano, Joe Biden, para expor algumas exigências da etnia antes de participar de uma coalizão.

ELEIÇÃO

Embora a recusa de Maliki de fazer concessões o tenha isolado, ele foi o candidato mais votado no pleito do dia 30 de abril.

O partido dele controla 92 das 328 cadeiras existentes no Parlamento iraquiano, e é preciso alcançar a maioria de 165 para eleger um premiê.

O resultado das eleições foi informado pela Corte Federal Suprema do Iraque na terça (17). Pela Constituição, agora, um governo deve ser formado e um premiê eleito no prazo de 15 dias.

Publicamente, os EUA confirmam que sua ajuda militar ao Iraque está condicionada à reconciliação de Maliki com outras facções políticas.


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