Folha de S. Paulo


Presidente do Irã diz estar pronto para ajudar o Iraque contra extremistas

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse neste sábado (14) que o país está preparado para ajudar o governo do Iraque em sua batalha contra os insurgentes extremistas sunitas. Rouhani, no entanto, negou que já tenha enviado tropas ao local.

Os insurgentes –pertencentes ao Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL)– tomaram as cidades de Mossul e Tikrit e estão indo em direção a Bagdá.

O Irã tem laços estreitos com a liderança iraquiana xiita, que chegou ao poder após a derrubada do presidente Saddam Hussein, cuja base era formada pela minoria sunita.

"Se o governo do Iraque nos pedir ajuda, poderemos oferecer qualquer assistência que a nação iraquiana gostaria que déssemos na luta contra o terrorismo", disse o presidente Rouhani durante uma conferência com a imprensa que marca o primeiro aniversário de sua vitória nas eleições do país.

"O empenho de forças Iranianas ainda não foi discutido. Oferecer ajuda e entrar em operações é diferente", disse o presidente explicando que o Iraque não pediu ajuda até o momento.

Informações dadas ao jornal "The Guardian" por um oficial iraquiano, no entanto, indicam que o Irã já enviou 2.000 soldados para o Iraque nas últimas 48 horas. Segundo o oficial, 1.500 militares cruzaram a fronteira para a cidade de Khanaqin, na província de Diyala, no Iraque central, enquanto outros 500 entraram em Badra Jassan, na província de Wasat. O jornal confirmou que o major-general Qassem Suleimani, chefe da força de elite da Guarda Revolucionária Iraniana, chegou a Bagdá para supervisionar a defesa da capital.

Segundo o "The New York Times", um general iraquiano disse que o exército do país está reconquistando territórios tomados por insurgentes no norte de Bagdá, e insistiu que não há risco para a capital.

Neste sábado, 12 imames foram executados pelo Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) em frente à mesquita de Al Israe, na cidade iraquiana de Mossul, capital da província de Ninawa, segundo a Agência Efe. Os religiosos mortos foram assassinados após se recusarem a jurar lealdade ao grupo jihadista que lidera a insurgência sunita no Iraque.

O general Qassim Atta, porta-voz dos militares iraquianos, afirmou que o exército do Iraque retomou diversas cidades ao longo da rodovia que conecta Mossul a Bagdá e garantiu a cidade de Samarra, que possui um importante santuário xiita ameaçado pelos militantes.

"A segurança em Bagdá esta 100% estável, a maior parte da província de Salahuddin foi retomada, a moral das forças de segurança está muito alta", disse Atta.

Em um certo momento, militantes do EIIL chegaram a ficar a menos de 90 km de Bagdá.

Com as agências de notícias


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