Folha de S. Paulo


Insurgentes fazem centenas de reféns em universidade no Iraque

Dezenas de membros do grupo insurgente Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) atacaram neste sábado a universidade de Ramadi, que fica a 110 km de Bagdá, e fizeram centenas de estudantes e professores reféns durante algumas horas.

Forças do Exército e da polícia cercaram a universidade com apoio de helicópteros. Os militantes deixaram o campus e enfrentam as forças do governo nas ruas próximas.

Ainda não há informações sobre o número de vítimas deixado pelo confronto entre rebeldes e o Exército.

Os extremistas invadiram a universidade após detonarem duas bombas e enfrentarem os guardas da instituição. Os invasores também explodiram a ponte que liga a universidade à cidade.

A maioria dos estudantes vive em dependências da universidade devido à dificuldade de se chegar até lá. Ramadi vive uma onda de violência desde janeiro. O exército iraquiano e os milicianos mantêm duros combates desde o princípio do ano na província de Al-Anbar, onde fica o campus. Ambos os lados contam com o apoio de combatentes tribais sunitas.

O órgão da ONU responsável por apoiar refugiados denunciou na sexta-feira que quase meio milhão de pessoas tiveram que abandonar seus lares em Al-Anbar devido a onda de violência.

Desde quinta-feira, o EIIL ampliou sua ofensiva para outras províncias iraquianas, como Salah ad-Din, Ninawa e Diyala, deixando centenas de vítimas.

Em Sala ad-Din, os jihadistas conseguiram controlar por algumas horas seis bairros da cidade de Samarra, enquanto combates em Mossul (capital de Ninawa) deixaram ontem mais de 40 mortos.

Ontem à noite, membros do EIIL atacaram com bombas dois quartéis, um deles dos serviços secretos, na cidade de Baquba, capital de Diyala.

Pelo menos três policiais e dois civis morreram neste episódio, que incluiu o ataque de um suicida. As forças de segurança mataram quatro terroristas.

A origem do EIIL é o chamado Estado Islâmico do Iraque, uma aliança de organizações radicais nascida da Al Qaeda em território iraquiano em outubro de 2006, durante a ocupação americana.

Em abril de 2013, o Estado Islâmico do Iraque acrescentou ao seu nome "e do Levante", e anunciou que começava a operar também na Síria, o que desagradou a cúpula da Al Qaeda, que exige que o grupo limite sua atuação ao Iraque.


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