Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, oficializou nesta segunda-feira (2) seu novo governo de unidade, em um gesto de aproximação entre as facções Fatah e Hamas.
Durante a cerimônia televisionada, Abbas apresentou o gabinete como o anúncio "do fim da divisão palestina que tão grande dano causou para nossa causa nacional".
O gabinete, cuja formação foi recebida como um importante passo rumo à unidade entre as partes palestinas, terá 17 ministros, incluindo o cargo de premiê, hoje nas mãos de Rami al-Hamdallah.
Majdi Mohammed/Reuters | ||
Presidente da ANP, Mahmoud Abbas, participa de reunião com ministros do governo de unidade em Ramallah |
Ambas as facções haviam sido divididas em 2007, pelo conflito que culminou na expulsão da Organização para a Libertação da Palestina, dominada pelo Fatah, da faixa de Gaza. O estreito de terra passou a ser controlado pelo Hamas, enquanto o Fatah manteve o poder na Cisjordânia.
A nomeação do gabinete de unidade, visto entre palestinos como uma vitória política, não será porém bem-recebida em Israel. O governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu já havia ameaçado cortar as relações com a Autoridade Nacional Palestina assim que esse gesto fosse concluído. Por enquanto, nenhuma medida foi anunciada.
O recém-formado governo palestino, no entanto, afirma manter-se comprometido com a via diplomática para a solução do conflito com Israel, sem recorrer ao terror como ferramenta. O gabinete é apoiado pelo mundo árabe.
Israel considera o Hamas como uma organização terrorista e, assim, será improvável que volte a se sentar à mesa para negociar a paz com a liderança palestina. O anúncio da unificação das facções havia contribuído para o fracasso do diálogo com a Autoridade Nacional Palestina, em abril passado.
Um governo de unidade entre palestinos resolve, por outro lado, a frequente afirmação israelense de que o presidente Abbas não representava até então todos os palestinos, anteriormente divididos entre duas gestões em dois territórios.