Folha de S. Paulo


Direita vence eleição e cresce dentro do Parlamento europeu

Os 28 países da União Europeia terminaram neste domingo (25) de eleger seus 751 representantes no Parlamento Europeu. Nunca houve tantos representantes da direita na Casa, fundada em 1952.

O resultado é atribuído por analistas ao fracasso da maioria dos governos de esquerda para lidar com a crise econômica do continente e à onda anti-imigratória vigente dentro da União Europeia.

O índice de participação nas urnas foi de 43%, igual ao das últimas eleições europeias, em 2009.

Editoria de Arte/Folhapress

As maiores vitórias foram na França e no Reino Unido. A xenófoba Frente Nacional, partido francês de extrema direita comandado por Marine Le Pen, saiu vencedora no país, com 25% dos votos totais, enquanto o partido Socialista, do presidente François Hollande, teve 14%.

O Ukip, que nasceu em 1993 com o intuito de separar o Reino Unido da União Europeia, tinha 28,7% dos votos até a conclusão desta edição, o que lhe daria 24 cadeiras. Na eleição europeia anterior, em 2009, a legenda havia ficado com 13 assentos.

Confirmada a vitória, será a primeira vez na história moderna do Reino Unido que nenhuma das duas principais forças políticas -trabalhistas e conservadores- ganha uma eleição nacional.

O bloco dos conservadores (centro-direita) permaneceu o maior do Parlamento.

Estava com 212 cadeiras confirmadas, mas deveria levar outras 67, obtidas por partidos que provavelmente se alinharão à direita ou extrema direita. É o caso do representante do Partido Nacional Democrata Alemão, que homenageia Adolf Hitler.

Os alemães, que possuem o maior número de assentos (96) devido à maior população, deram a vitória à CDU (União Democrata-Cristã), partido da chanceler Angela Merkel, com 36% dos votos.

Mas houve queda se comparado aos 41,5% conseguidos na eleição federal de 2013.

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha, que defende políticas anti-imigratórias, ficou com 6,5% dos votos, menos que os 10% previstos nas pesquisas.

Com a vitória, o ex-primeiro-ministro de Luxemburgo Jean-Claude Juncker, candidato do conservador PPE (Partido Popular Europeu), declarou-se vitorioso na disputa pela presidência da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE.

Ele substituirá o português José Manuel Durão Barroso, também do PPE, que comandava a Comissão desde 2004.

Legendas que questionam a permanência de seus países na União Europeia devem passar a ocupar 129 lugares.

Os socialistas e social-democratas continuam com a segunda maior bancada, mas seu número de eurodeputados deve cair de 196 para 186.

O grupo liberal, no centro do do espectro político, deve eleger 74 deputados. Partidos verdes obtiveram por volta de 55 assentos, e a extrema esquerda, 43.

OUTROS PAÍSES
Na Hungria, o partido Jobbik, de plataforma fascista e antissemita, conseguiu ficar em segundo lugar, com 15%.

Na direção contrária, a Grécia teve um partido radical de esquerda como vencedor. O Syriza, que é contra concessões para outros países do grupo ajudarem o país a sair da crise, obteve 26,7%.


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