Folha de S. Paulo


Irã executa banqueiro acusado de corrupção

Um empresário acusado de envolvimento no maior escândalo de corrupção na história do Irã foi executado na manhã deste sábado (24) em Teerã, segundo anunciou a mídia estatal.

Tido como um dos articuladores da negociata estimada em US$ 2,6 bilhões, o banqueiro Mahafarid Amir-Khosravi foi enforcado na prisão de Evin, ao norte da capital, depois que a Suprema Corte confirmou a sentença da primeira instância.

A Justiça condenou o banqueiro à morte em 2012 sob acusações de perturbação da economia por meio de desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e corrupção.

Outros três acusados foram condenados à morte. Não está claro se a sentença contra eles foi aplicada.

Um total de 39 pessoas foram sentenciadas. Duas cumprem pena de prisão perpétua e as demais foram condenadas a penas de até 25 anos de detenção.

Um dos supostos envolvidos, o banqueiro Mahmoud Reza Khavari, fugiu para o Canadá em 2011, logo depois que o escândalo foi revelado. Ele escapou do julgamento.

Segundo a Promotoria, os acusados forjavam documentos de certificação com ajuda de altos funcionários do regime para obter crédito junto a bancos nacionais.

O dinheiro era então usado para a aquisição de grandes empresas estatais no âmbito do programa de privatizações, o que permitiu rápido enriquecimento dos envolvidos.

O império construído por Amir-Khosravi graças à fraude incluía mais de 30 empresas, entre as quais companhias que importavam carne do Brasil, segundo a Associated Press.

Setores da imprensa iraniana dizem que a fraude teve participação de pessoas próximas ao então presidente Mahmoud Ahmadinejad, que negou as acusações.

Sucessor de Ahmadinejad na Presidência desde o ano passado, o clérigo Hasan Rowhani prometeu combater a corrupção que gangrena vários setores da economia iraniana.

A defesa afirmou que a Justiça aplicou a pena de surpresa, sem avisar a família do banqueiro.


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