As Forças Armadas da Ucrânia começaram na madrugada desta sexta-feira uma operação militar em Slaviansk, no sudeste do país, para retomar o controle da cidade, que está nas mãos dos separatistas pró-russos, segundo meios russos e ucranianos.
De acordo com as agências russas, os milicianos pró-Moscou derrubaram dois helicópteros e um piloto morreu, enquanto outro foi capturado, de acordo com o autoproclamado prefeito da cidade, Viacheslav Ponomariov.
O líder das chamadas "forças de autodefesa", Igor Strelkov, afirmou que a cidade está agora bloqueada pelas tropas ucranianas, que utilizaram 20 helicópteros na ofensiva.
"Todas as estradas estão interrompidas e de todas as direções chegam blindados e soldados. Eles estão utilizando contra nós até 20 helicópteros, de combate e de transporte de tropas. O inimigo bloqueou a cidade totalmente, as entradas e as saídas", disse Strelkov ao canal russo de televisão Rossia 24.
Outros meios informam que uma sirene soou na cidade e que era possível ouvir tiros e explosões.
Um porta-voz dos pró-russos disse à agência RIA Novosti que "o ataque tem como alvos vários postos de controle ao mesmo tempo. Chegaram alguns blindados e veículos militares, e soldados desembarcaram de helicópteros e atacaram os postos de controle".
Segundo a Interfax, há vários feridos entre os milicianos pró-russos.
Slaviansk se transformou no bastião do levante pró-russo no sudeste da Ucrânia contra o governo de Kiev.
Seis inspetores militares europeus e um intérprete continuam retidos nessa cidade, acusados pelos separatistas de serem espiões da Otan.
O governo de Kiev não confirmou a operação e os meios ucranianos fazem seus relatos com base nas informações da imprensa russa.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu que se autoridades de Kiev fizessem uma ofensiva no sudeste da Ucrânia poderia trazer "consequências catastróficas".
A ação militar ucraniana ocorre horas após a chanceler alemã, Angela Merkel, pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que contribua para a libertação dos inspetores detidos.
Em uma conversa telefônica, "Merkel pediu uma contribuição para a libertação dos observadores militares detidos no sudeste da Ucrânia, cidadãos de países europeus, incluindo a Alemanha", informou o Kremlin.
Alegando resposta "à agressão da Federação Russa", o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchinov, decretou ontem a reimplantação do serviço militar obrigatório.
Segundo o decreto presidencial, a primeira ligação em fileiras será este mesmo ano de forma urgente.
O recrutamento afetará os homens maiores de 18 anos e até os de 25, que não tenham problemas de saúde nem situações que lhes eximam de servir o Exército.