Folha de S. Paulo


Aluno se nega a fornecer DNA em investigação de estupro na França

Investigadores que estão realizando exames de DNA em massa num liceu francês para identificar um estuprador disseram que apenas um estudante se negou a fornecer uma amostra.

O estudante, que é maior de 18 anos, disse à polícia que teve razões pessoais para não fornecer uma amostra, dentro da operação policial realizada no liceu católico particular Fenelon-Notre-Dame, em La Rochelle.

Na manhã da quarta-feira, 16 de abril, agentes estavam tirando amostras dos últimos dos 475 alunos, 31 professores e 21 outros homens adultos da escola secundária. É a primeira vez que uma operação desse tipo é empreendida num estabelecimento de ensino francês.

Algumas poucas amostras devem ser tiradas na quinta-feira dos menores de idade e adultos que não puderam fazê-lo antes. Depois disso, todo o material será enviado a dois laboratórios franceses e ser analisado.

Muitos dos estudantes que forneceram amostras eram menores de idade, e o juiz que preside o inquérito pediu a autorização escrita dos pais deles.

Todas as pessoas examinadas teriam estado na escola em 30 de setembro passado, quando uma menina de 16 anos foi estuprada no banheiro. O ataque aconteceu depois de as luzes terem sido desligadas, e a vítima não conseguiu identificar seu agressor. Mas a polícia encontrou traços do DNA do estuprador sobre as roupas dela.

A promotora pública Isabelle Pagenelle, que preside a investigação e ordenou os exames de DNA, disse que os exames em massa são a única maneira de levar o inquérito adiante.

Os investigadores avisaram que as pessoas que se recusassem a ser examinadas poderiam ser designadas suspeitas e instruídas à comparecer à delegacia de polícia, onde policiais tentariam convencê-las a obedecer à ordem. Se ainda assim recusassem, os policiais poderiam pedir mandado judicial para revistar suas casas.

Pagenelle disse a jornalistas que um jovem atendeu a convocação para ir ao liceu, mas se negou a fornecer uma amostra. "Tomamos nota da recusa e o deixamos ir embora", ela disse, acrescentando que o estudante ainda não foi convocado a comparecer à delegacia. "Vamos aguardar os resultados das análises do material obtido." Ela disse que os exames com resultado negativo serão destruídos e que as amostras foram tiradas em tranquilidade. Poucas pessoas teriam recorrido ao serviço de aconselhamento psicológico montado para dar atendimento aos estudantes.


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