Folha de S. Paulo


Obama diz que anexação da Crimeia é prova de fraqueza da Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que a anexação da Crimeia é uma prova de fraqueza da Rússia. Para ele, o país governado por Vladimir Putin é uma potência regional que tenta intimidar seus vizinhos.

"A Rússia é uma potência regional que está ameaçando alguns de seus vizinhos próximos, não por força, mas por fraqueza. Nós [os EUA] temos considerável influência sobre nossos vizinhos, mas não geralmente não precisamos invadi-los para ter uma forte relação de cooperação com eles".

Questionado pelos jornalistas se os russos eram um motivo de preocupação para a segurança nacional dos Estados Unidos, Obama descartou: "Estou mais preocupado com que uma bomba atômica caia sobre Manhattan."

Para ele, a incorporação da Crimeia não é "um acordo fechado" porque não foi reconhecido pela comunidade internacional. "Cabe à Rússia atuar de forma responsável e mostrar que tem vontade de obedecer as normas internacionais. Se isso não acontece, haverá algum custo".

O americano defendeu a continuidade das sanções econômicas caso a Rússia continue na Crimeia ou avance sobre a Ucrânia para que outros países pressionem Moscou a voltar atrás e resolver a situação de forma diplomática.

As declarações foram feitas um dia após os Estados Unidos e os outros seis integrantes do G7 suspenderem a Rússia pelo avanço sobre a Crimeia. Também foi cancelada a reunião do G8 na cidade russa de Sochi, em junho. No lugar, o G7 se reunirá em Bruxelas no mesmo mês.

Em comunicado, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá consideraram a anexação "uma clara violação do direito internacional que deve ser motivo de preocupação para todos os países".

Pouco após a suspensão, o chanceler russo, Sergei Lavrov, minimizou a mobilização dos parceiros de bloco. "O G8 é um grupo informal. Ninguém tem carteirinha de membro e o grupo não pode expulsar ninguém por definição".

ESPIONAGEM

No mesmo discurso, Obama disse que a nova proposta para que as empresas de telefonia concentrem os dados de chamadas de seus usuários diminui a preocupação dos americanos com o controle de dados pelo governo.

Para ele, a nova proposta da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) para lidar com a espionagem deve contemplar as preocupações com a privacidade dos americanos e o combate ao terrorismo.

A nova proposta do governo para reformar a espionagem da NSA deve ser apresentada nesta semana, de acordo com o jornal americano "The New York Times".


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