Folha de S. Paulo


Taleban mata ao menos nove em ataque a hotel em Cabul

Militantes armados do Taleban mataram nove pessoas, incluindo quatro estrangeiros, em um ataque a um hotel de luxo usado por funcionários da ONU e políticos afegãos importantes em Cabul, na quinta-feira à noite, antes de serem mortos a tiros pelas forças de segurança, afirmaram a polícia e testemunhas na sexta-feira.

O ataque ao Serena Hotel, que conta com forte vigilância, durou cerca de três horas e foi o mais recente de uma série de ataques às vésperas da eleição presidencial em 5 de abril, que deverá ser a primeira na história do Afeganistão, onde um governo eleito entregará o comando a outro governo eleito.

Quatro combatentes do Taleban conseguiram passar pela segurança sorrateiramente na quinta-feira à noite e se esconderam dentro do prédio por três horas antes de abrir fogo contra os clientes dentro do restaurante do hotel, segundo o porta-voz do Ministério do Interior Sediq Sediqqi.

Os militantes, então, lutaram contra as forças especiais afegãs e aterrorizaram hóspedes que fugiram ou se esconderam no hotel. Todos os rebeldes do Taleban foram mortos a tiros.

Os estrangeiros mortos são do Canadá, Índia, Nova Zelândia e Paquistão, informou o Ministério da Justiça. No entanto, o ministério das Relações Exteriores do Paraguai informou à AFP que um dos civis que perderam a vida foi o ex-diplomata paraguaio Luis María Duarte, que estava no Afeganistão como observador eleitoral.

"Eu não ouvi uma explosão ou qualquer outra coisa. Somente armas de fogo e possivelmente granadas", disse um funcionário da ONU em uma mensagem de texto.

A agência de notícias francesa AFP afirmou que seu repórter Sardar Ahmad, sua esposa e dois filhos foram mortos no ataque.

Sardar Ahmad, de 40 anos, trabalhava no escritório da AFP em Cabul desde 2003. Um fotógrafo da mesma agência identificou na manhã desta sexta-feira os corpos. O caçula da família ficou gravemente ferido.


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