Folha de S. Paulo


Avião desaparecido estava fora da rota, dizem autoridades da Malásia

A Força Aérea da Malásia traçou a última localização conhecida do voo 370 da Malaysian Airlines, desaparecido na última sexta-feira (horário de Brasília), para um ponto acima de Pulau Perak, uma pequena ilha no estreito de Malaca, segundo informações de oficiais malasianos. O ponto está localizado a centenas de quilômetros da trajetória de voo habitual entre Kuala Lumpur e Pequim, segundo a CNN.

O avião da Malaysia Airlines, que havia saído de Kuala Lumpur com destino a Pequim e levava 239 pessoas a bordo, desapareceu em pleno voo há quatro dias sem que por enquanto se tenha encontrado vestígios do aparelho.

A ilha de Pulau Perak fica no lado oposto da península Malaia por onde passam os aviões que fazem a rota entre Kuala Lumpur e Pequim. Segundo oficial citado pela agência de notícias, o avião viajava a baixa altitude e depois disso o sinal teria sido perdido. Até o momento, a informação é de que o contato com a aeronave teria sido perdido perto da costa do Vietnã.

Segundo o jornal local "Berita Harian", citando o chefe da Força Aérea da Malásia, o general Daud Rodzali, o radar de uma base militar havia detectado o avião às 15h40 (horário de Brasília) perto de Pulau Perak.

O voo MH370 saiu de Kuala Lumpur à 0h41 hora local (13h41 de sexta feira de Brasília) e chegaria a Pequim seis horas de voo depois, mas desapareceu do radar uma hora depois da decolagem.

CIA NÃO DESCARTA TERRORISMO

O diretor da CIA, John Brennan, definiu nesta terça-feira como "um mistério muito inquietante" o desaparecimento do avião e não descartou a possibilidade de o avião ter sido alvo de um atentado terrorista.

"Não descartaria. De modo algum", disse Brennan em uma conferência no Conselho de Relações Exteriores de Washington.

O diretor do órgão de inteligência enfatizou que está estudando o caso "cuidadosamente" com a polícia federal americana (FBI), que enviou uma equipe ao país asiático, e as autoridades da Malásia.

"Nossos colegas malaios estão fazendo todo o possível para descobrir o ocorrido, mas claramente ainda é um mistério muito inquietante", assegurou.

Brennan declarou que "há muitas especulações atualmente, e várias reivindicações de responsabilidade (de um eventual atentado) que não foram confirmadas nem corroboradas".

Por isso, explicou, "até que descubramos onde está o avião, não poderemos ter oportunidade de realizar algum tipo de análise legista que nos leve na direção certa".

Os Estados Unidos investigaram o iraniano que, sob o nome de "Kazem Ali", encomendou os bilhetes dos dois passageiros que viajavam com passaporte roubado no avião de Malaysia Airlines desaparecido na sexta-feira, para determinar se pertence a uma rede terrorista ou de tráfico de pessoas.

No entanto, as autoridades malaias desmentiram hoje que os dois passageiros que embarcaram no avião desaparecido com passaportes roubados fossem terroristas, dizendo que tentavam emigrar para a Europa, embora tenham ressaltado que consideram todas as possibilidades após estender a zona de rastreamento.


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