Folha de S. Paulo


Secretário de Defesa dos EUA propõe redução do Exército

O secretário de Defesa, Chuck Hagel, apresentou nesta segunda-feira um plano de Orçamento para 2015 que pode reduzir o Exército americano ao seu menor efetivo desde a Segunda Guerra mundial.

Segundo Hagel, a proposta -que terá que ser aprovada pelo Congresso- reflete "a magnitude dos desafios fiscais" dos EUA. "Há decisões difíceis pela frente. Esta é a realidade com que temos que conviver", disse, em entrevista coletiva.

O Departamento de Defesa propõe diminuir o número de militares dos atuais 520 mil para algo entre 440 mil e 450 mil -o menor efetivo desde 1940.

O Orçamento, de US$ 496 bilhões, prevê ainda acabar com a frota dos antigos aviões de ataque A-10, desenvolvidos na década de 70 para destruir tanques soviéticos -uma economia de US$ 3,5 bilhões nos próximos cinco anos- e cortes em alguns benefícios para militares.

A previsão de retirada dos militares do Afeganistão neste ano, que marcará o fim da ocupação no país, contribuiu para a decisão sobre o enxugamento do Exército.

"Pela primeira vez em 13 anos, estamos apresentando ao Congresso um orçamento que não é de guerra. Essa é um orçamento decisivo, porque começa a redefinir e remodelar [a Defesa]", disse Hagel.

Essa "redefinição" da Defesa americana passaria por uma mudança de direcionamento estratégico, com um enfoque cada vez maior à Ásia -em especial, às ameaças cibernéticas originadas na China- e aos grupos afiliados à Al Qaeda na África.

Funcionários do Pentágono consultados pelo "New York Times", consideram que a redução do efetivo ainda garantiria uma força militar "capaz de derrotar qualquer adversário", mas não para manter ocupações prolongadas.

Fontes da Defesa reconhecem ainda que os cortes podem colocar em risco as Forças Armadas se os EUA assumirem novamente duas grandes ações militares ao mesmo tempo, ou mesmo podem servir como um estímulo para adversários "se aventurarem".

O rascunho, contudo, mantém o orçamento para o caro projeto dos caças F-35, da Lockheed Martin, que tem apresentado constantes atrasos na previsão de entrega. A Marinha também será autorizada a adquirir dois submarinos e dois destróieres por ano.


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