Folha de S. Paulo


Chanceler diz que Brasil acompanha "com atenção" situação na Venezuela

O Itamaraty acompanha "com atenção" a situação na Venezuela, onde uma nova manifestação é esperada nesta terça-feira (18). Na semana passada, três pessoas morreram em protesto na capital, num momento em que o país enfrenta forte crise econômica.

"Estamos acompanhando com atenção, evidentemente, como acompanharíamos em qualquer país vizinho. Temos a expectativa (...) de que haja uma convergência dentro de um respeito à institucionalidade, à democracia e, portanto, que não haja o tipo de distúrbios que vimos na semana passada".

A declaração foi feita em entrevista coletiva durante encontro com o chanceler do Reino Unido William Hague. Em relação aos venezuelanos, o britânico adotou um tom mais duro.

"Estamos especialmente preocupados com relatos de que o governo da Venezuela está procurando suprimir protestos pacíficos, prendendo ativistas, líderes oposicionistas", disse. Ele ponderou que liberdade de expressão é "essencial".

Esta é a segunda visita de Hague ao Brasil –o chanceler esteve ontem em Manaus e segue agora para São Paulo.

ACORDO UE-MERCOSUL

Figueiredo adotou tom otimista quando questionado sobre troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia para acordo de livre comércio. Essa troca estava prevista para janeiro, mas ainda não foi concretizada.

"Estamos na fase final desse trabalho e temos estado em constante contato com o lado europeu para que a troca de ofertas ocorra o mais rápido possível", disse Figueiredo.

A espionagem também foi tema do encontro entre os dois ministros. Sem citar os Estados Unidos, o chanceler brasileiro afirmou que uma das questões discutidas foi o "repúdio à interceptação de dados de cidadãos, empresas e governos".

Em abril, o Brasil sediará reunião sobre a governança na internet e o Reino Unido foi um dos países convidados para participar do encontro. "Estamos céticos com relação a um maior controle da internet por Estados e organizações internacionais. O dinamismo da internet é muito grande", ponderou Hague.

FUTEBOL

Hague minimizou ainda mal-estar causado por declaração do técnico da seleção inglesa de futebol. Em dezembro, Roy Hodgson afirmou que preferia encarar um grupo da morte a atuar na Amazônia. Ontem, o técnico e Hague visitaram o estádio em Manaus.

Em coletiva de imprensa hoje, Hague mencionou o "encontro amigável" com políticos do Estado e afirmou que a situação foi apenas um "mal entendido". "Este é um país maravilhoso", resumiu.

"Eles podem ter a certeza de que vão ser muito bem recebidos, não só em Manaus como no Brasil inteiro", completou Figueiredo.


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