Folha de S. Paulo


Renzi aceita formar governo e abre diálogo com partidos na Itália

O secretário-geral do Partido Democrata, Matteo Renzi, 39, aceitou nesta segunda-feira formar um gabinete de governo na Itália, em reunião com o presidente Giorgio Napolitano. Caso consiga o apoio da maioria das forças políticas, será o primeiro-ministro mais jovem da história do país.

O caminho foi aberto para Renzi após seu partido retirar o apoio ao atual chefe de governo, Enrico Letta, que governa a Itália há dez meses. Ele entregou sua renúncia ao cargo na sexta-feira, um dia após a convenção do Partido Democrata.

Tony Gentile/Reuters
Líder do Partido Democrata, Matteo Renzi aceita formar governo e anuncia conversa com partidos
Líder do Partido Democrata, Matteo Renzi aceita formar governo e anuncia conversa com partidos

Segundo a Presidência italiana, o prefeito de Florença aceitou a incumbência com reservas, já que ainda precisa de tempo para ouvir outras forças políticas que entrarão na coalizão. Com o respaldo desses grupos, ele dará sua resposta definitiva.

Em entrevista, afirmou que a intenção dos partidos é criar um governo que dure até o fim da atual legislatura, em 2018, dando estabilidade para que o governo realize reformas políticas e econômicas.

E prometeu o início da tramitação da lei eleitoral e da reforma tributária até o fim de fevereiro."É fundamental que todas as forças políticas que formarão a maioria sejam conscientes das próximas fases", disse ele, que renunciará à prefeitura de Florença nesta segunda.

Os diálogos com as forças políticas devem começar na terça. O virtual primeiro-ministro já recebeu o apoio do Escolha Cívica, do ex-primeiro-ministro Mario Monti, e da nova centro-direita, de Angelino Alfano, ex-aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

O magnata, que possui grande influência política embora tenha sido cassado, já demonstrou simpatia por Renzi. Em janeiro, os dois se reuniram para discutir uma futura reforma política no país, o que foi interpretado como um desafio a Letta.

Mesmo assim, o jornal "Corriere della Sera" afirmou que ele está tendo dificuldade em formar seu gabinete, diante das divergências dos aliados de direita e de esquerda na nomeação dos ministros. O mal estar criado pela demissão de Letta também pode ser um impedimento para as aspirações de Renzi.


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