Folha de S. Paulo


Maduro acusa opositores de golpe em marcha convocada pelo chavismo na Venezuela

Em resposta aos protestos contra sua gestão que estouraram na semana passada, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, discursou neste sábado na "Marcha pela Paz", em Caracas, ao lado de bandeiras com os retratos de Hugo Chávez e Simón Bolívar.

Maduro acusou os líderes da oposição, especialmente Leopoldo López, a quem chamou de "fascista", de tentar incitar a revolta popular para derrubar seu governo.

Em outra parte da capital do país, um novo protesto estudantil pediu a renúncia de Maduro.

Na noite de sexta-feira, manifestantes de oposição e soldados da Guarda Nacional venezuelana voltaram a entrar em confronto no município de Chacao.

Os integrantes do protesto –cerca de mil, na maioria estudantes– tentaram bloquear uma estrada, quebraram vidros de lojas e picharam prédios públicos. Foram dispersos pela Guarda Nacional com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água. Neste sábado, novos atos foram realizados na cidade.

Segundo o prefeito de Chacao, Ramón Muchacho, adversário político de Maduro, duas pessoas foram baleadas, e vários casos de asfixia foram atendidos nos hospitais locais.

O incidente marcou mais um dia de manifestações pela libertação dos ativistas detidos nos protestos iniciados na quarta contra a insegurança, a inflação e a escassez de produtos na Venezuela.

Maduro havia reagido à manifestação de anteontem dizendo "já chega! Não permitirei que quatro 'louquinhos' bloqueiem estradas".

A Procuradoria-Geral da Venezuela informou na sexta-feira que, das 99 pessoas detidas por suposta relação com os atos de violência nos protestos, 25 foram liberadas.

Ainda na sexta, o microblog Twitter informou que as imagens da rede social estavam sendo bloqueadas na Venezuela e que o governo poderia estar por trás da medida. A companhia de telecomunicações local negou qualquer bloqueio a imagens.


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