Folha de S. Paulo


Hamas rejeita presença de força internacional em território palestino

O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, anunciou neste sábado que rejeita a presença de uma força internacional em território palestino, no caso de um acordo de paz com Israel que venha a resultar das conversas promovidas pelos Estados Unidos.

"Em algumas ocasiões, ouvimos propostas pessoais sobre as negociações e sobre a aceitação de uma força internacional, após a retirada do ocupante (em referência a Israel)", afirmou um porta-voz do movimento islâmico palestino, Sami Abdu Zuhri, em declaração publicada na página do Hamas.

"Não aceitaremos a presença de uma força internacional. Nós consideraremos essa força como ocupação israelense", acrescentou o porta-voz, em relação à proposta do secretário de Estado americano, John Kerry, sobre o envio de uma força internacional no Vale do Jordão para substituir as tropas israelenses atualmente estacionadas na área.

Em entrevista ao jornal "The New York Times", no início do mês, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, mostrou-se favorável ao envio de forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o território de um futuro Estado palestino, em especial no Vale do Jordão, fronteiriço com a Jordânia.

"Pedimos a Kerry e aos outros que revisem suas posições, já que não autorizamos ninguém a atentar contra nossos direitos", disse Sami Abu Zuhri.

"Os americanos e a entidade sionista elaboraram o chamado Plano Kerry para liquidar a causa palestina", criticou.

Esse porta-voz fez um apelo aos palestinos para que "formem uma frente ampla de facções palestinas que rejeite as negociações e seus resultados".

O secretário de Estado americano relançou as negociações de paz em julho de 2013, após três anos de interrupção. Apesar de suas contínuas viagens à região, ele ainda não conseguiu aproximar as posições palestinas e israelenses.


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