A revista inglesa "The Economist" revelou uma capa polêmica em sua edição mais recente, divulgada nesta quinta, sobre o declínio econômico da Argentina nos últimos cem anos.
A foto que ilustra a capa é a do jogador Lionel Messi, atuando pela seleção argentina, de costas e cabeça baixa.
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Capa 'The Economist' desta semana |
"Ainda há muitas coisas adoráveis na Argentina, da gloriosa natureza da Patagônia ao melhor jogador do mundo, Lionel Messi. Mas o país está afundado. A Argentina está novamente no centro de uma crise nos países emergentes. Isso pode ser creditado à incompetência da presidente, Cristina Fernández [Kirchner], mas ela é apenas a última em uma sucessão de populistas economicamente analfabetos, desde Juan e Eva (Evita), e de antes", diz o editorial.
A Casa Rosada não divulgou comentário oficial sobre o teor do artigo até o momento.
Segundo a "Economist", a série de erros econômicos que os governos argentinos cometeram durante um século levaram o país, antes potência do futuro, a exemplo de decadência.
A "parábola argentina", como diz a manchete, acende um alerta para países desenvolvidos que enfrentam crises, como Itália e Espanha, por não implementarem reformas profundas.
No entanto, o caso vale mais ainda para potências emergentes, que se satisfazem como exportadoras de matérias-primas e não tomam providências para tornar suas indústrias competitivas e investir em educação.
A "Economist" atenta para o fato de a decadência argentina ter sido "sedutoramente gradual", apesar de momentos mais violentos, como a ditadura militar dos anos 70 e 80. "Durante o declínio, os cafés de Buenos Aires continuaram a servir 'espressos' e 'medialunas'. Isso torna a doença especialmente perigosa", conclui.