Folha de S. Paulo


Regime sírio afirma que imagens de tortura em massa são falsas

O Ministério da Justiça da Síria afirmou, em um comunicado divulgado hoje pela agência de notícias estatal Sana, que as imagens de tortura em massa no país são "falsas".

A nota foi a primeira reação oficial síria após a divulgação de um relatório que culpa o regime de Bashar al-Assad pela tortura e morte de milhares de detentos em instalações oficiais.

O material havia sido preparado por especialistas legais e forenses a partir de imagens de um desertor sírio que alega ter trabalhado em um hospital militar, onde registrara os cadáveres.

O Ministério da Justiça afirma que o relatório –patrocinado, em parte, pelo Qatar– é "politizado e carece de objetividade e profissionalismo", trazendo as imagens de "terroristas estrangeiros".

A divulgação das fotografias havia coincidido com o início da conferência de paz na Suíça, aberta hoje em Montreux, dando força ao argumento de que o regime de Assad, em sua violenta repressão, não tem mais legitimidade para seguir no governo da Síria.

Esse é um dos pontos defendidos, por exemplo, pelo secretário de Estado americano, John Kerry. Qatar e Arábia Saudita estão entre os mais fortes aliados da oposição síria, que desde março de 2011 tenta retirar o ditador do país. Mais de 100 mil já foram mortos, desde então.


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