Folha de S. Paulo


Ex-contador do Vaticano é acusado de lavagem de dinheiro na Itália

A polícia financeira da cidade de Salerno, no sul da Itália, ordenou nesta terça-feira a prisão do prelado Nunzio Scarano, em uma nova acusação contra o religioso por lavagem de dinheiro. Ele cumpre detenção domiciliar por outro processo, de evasão de divisas.

Segundo as investigações da Promotoria, o monsenhor usaria contas para transferir milhões de euros em falsas doações para empresas fundadas em outros países. Parte dos recursos passava por contas do Instituto para Obras da Religião, o banco do Vaticano.

Além do prelado, foram ordenadas a prisão do padre Luigi Noli, de Salerno, e de um tabelião, envolvidos no escândalo. Também foram apreendidos alguns imóveis e bloqueadas contas correntes em bancos italianos que tinham € 6 milhões (R$ 19,2 milhões) em depósitos.

O advogado de defesa do prelado, Silverio Sica, afirmou que seu cliente apenas recebeu doações de pessoas que ele acreditava terem atuado de boa fé. Ex-responsável pela contabilidade da Administração do Patrimônio da Sede Apostólica, o monsenhor cumpre prisão domiciliar desde junho por evasão de divisas.

A Promotoria de Roma o acusa de enviar € 20 milhões (R$ 64 milhões) da Suíça à Itália sem pagar impostos. O dinheiro foi enviado para amigos do religioso que possuem estaleiros em Salerno. Para a defesa, Scarano foi apenas um intermediário da transação.

O monsenhor ainda foi afastado da Santa Sé por acusações referentes a irregularidades na gestão e na transparência das contas do Instituto para as Obras da Religião, o banco do Vaticano.

Os casos envolvendo o monsenhor foram um dos motivos para as suspeitas das autoridades italianas contra o banco do Vaticano, que levaram o papa Francisco a decidir pela reforma da instituição no ano passado.

VISITA

O papa Francisco receberá o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no dia 27 de março, a Casa Branca informou nesta terça-feira.

"O presidente espera falar com o papa Francisco sobre seu compromisso compartilhado de lutar contra a pobreza e a crescente desigualdade", disse a Casa Branca.

A viagem à Europa, entre os dias 24 e 27 de março, também inclui uma visita à Holanda, onde participará de uma cúpula sobre segurança nuclear, e à Bélgica, onde haverá cúpula bilateral entre Estados Unidos e União Europeia.


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