Folha de S. Paulo


Explosão de duas granadas fere 28 opositores em protesto na Tailândia

Pelo menos 28 manifestantes ficaram feridos neste domingo após o lançamento de duas granadas contra um grupo que protestava contra o governo da Tailândia. O ataque é o quinto realizado nesta semana contra os opositores à primeira-ministra Yingluck Shinawatra.

Os manifestantes, que protestam desde outubro, desejam a saída da chefe de governo que, para eles, é uma marionete do irmão, Thaksin, deposto em 2006 pelo grupo que protesta hoje. Eles rejeitaram a eleição parlamentar convocada para 2 de fevereiro e desejam a criação de um conselho político escolhido pelo rei.

Nir Elias/Reuters
Manifestante antigoverno mostra estrago em banca de produtos que foi danificada após explosão
Manifestante antigoverno mostra estrago em banca de produtos que foi danificada após explosão

Segundo a polícia, as duas explosões ocorreram em frente ao Monumento à Vitória, na zona norte de Bancoc, e foram causadas por granadas de fragmentação. A primeira foi lançada a cerca de 200 metros de um palco montado pelos opositores e a outra, contra camelôs que vendiam camisetas com frases de protesto.

O número de feridos foi confirmado pelo Centro Médico Erawan, que compila os dados dos hospitais da capital tailandesa. A maioria das vítimas é de vendedores ambulantes, embora manifestantes e uma jornalista local também tenham sido atingidos.

Ainda não há informações sobre os responsáveis pelo ataque. A ação acontece dois dias após a morte de um opositor na explosão de uma granada durante um protesto em Bancoc, deixando outros 35 feridos. Na noite de sábado (18), um homem ficou gravemente ferido após ser baleado por um atirador em uma manifestação.

RETIRADA

Os incidentes de violência da última semana acontecem após a chefe de governo decidir pela retirada da polícia das ruas, mesmo com a convocação de um bloqueio aos principais acessos e prédios estatais de Bancoc.

Devido à ação dos manifestantes, Yingluck Shinawatra trabalha em uma ala improvisada de um ministério e parte do trabalho dos funcionários está sendo feito de casa. A intenção do líder dos protestos, o ex-vice-chefe de governo Suthep Thaugsuban, é paralisar o governo para obrigar a primeira-ministra a renunciar.

Ele também acusou o governo de ser o responsável pela violência registrada nesta semana e voltou a pedir o apoio dos militares para intervir e retirar a adversária política. Porém, o chefe das Forças Armadas, Thanasak Patimaprakorn, voltou a rejeitar no sábado (18) apoio a um golpe porque não considera a situação crítica.


Endereço da página:

Links no texto: