Folha de S. Paulo


Ariel Sharon está em perigo iminente de morte, segundo hospital

Ariel Sharon, 85, em coma há oito anos, "continua em perigo iminente de morte", afirmou neste domingo o diretor do hospital de Tel Aviv onde o ex-primeiro-ministro israelense é tratado.

"Seu coração é mais resistente do que pensávamos, mas continua em perigo de morte iminente (...) e estou mais pessimista do que antes", declarou durante uma coletiva de imprensa Zeev Rotstein, diretor do Hospital Tel Hashomer, em Tel Aviv.

"Suas funções vitais, principalmente renais, não voltaram", indicou o professor Rotstein.

Questionado sobre a possibilidade de uma possível recuperação de "Arik" (o diminutivo de Ariel, cujo nome significa "leão" em hebraico), ele respondeu: "Não sou profeta, mas não há uma saída possível para a crise".

O estado de saúde do ex-primeiro-ministro, em coma desde um acidente vascular cerebral ocorrido em 4 de janeiro de 2006, tem se deteriorado lentamente desde quarta-feira.

Sharon será lembrado como aquele que preparou e conduziu em 1982 a invasão do Líbano, quando era ministro da Defesa, mas também como o primeiro chefe de um governo de Israel que realizou uma retirada de parte dos territórios palestinos ocupados desde 1967.

Uma comissão oficial de inquérito concluiu a sua responsabilidade por não ter previsto nem impedido o massacre dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila em Beirute, em setembro de 1982, perpetrado por uma milícia cristã aliada a Israel.

Ele foi forçado a renunciar, o que não o impediu de se tornar primeiro-ministro em 2001.

Em 2005, ele surpreendeu ao evacuar a Faixa de Gaza e retirar 8.000 colonos que se estabeleceram com o seu encorajamento nesta região.

Esta decisão provocou fortes críticas por parte dos políticos de direita do país.

Em 18 de dezembro de 2005, ele foi hospitalizado depois de um pequeno derrame, do qual se recuperou rapidamente. Mas alguns dias depois, um forte AVC o levou a um coma profundo, do qual até agora não se recuperou.


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