Folha de S. Paulo


Após atentados, Putin promete eliminar terrorismo na Rússia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu nesta terça-feira eliminar o terrorismo do país, em discurso de fim de ano na televisão estatal. Este foi o primeiro pronunciamento do mandatário desde os dois atentados que mataram 33 pessoas em Volgogrado, no sudoeste do país.

Pela primeira vez em vários anos, o chefe do Kremlin ordenou o reforço da segurança em todo o território nacional e deu início a uma operação em todo o país com a convocação de 5.200 policiais e forças de segurança só em Volgogrado.

"Continuaremos a luta contra os terroristas de maneira segura, impiedosa e consequente até sua completa eliminação", afirmou Putin, que viajou hoje à cidade de Khabarovsk, no extremo leste do país, segundo agências de notícias locais.

"Apoiaremos todos os que foram afetados [pelos atos terroristas], faremos tudo o que foi planejado, restauraremos e reconstruiremos o que tiver que ser restaurado e reconstruído", acrescentou.

Além disso, Putin garantiu a realização "no mais alto nível dos Jogos Olímpicos (de Inverno de Sochi), para os quais falta pouco mais de um mês". Segundo analistas políticos, os Jogos de Sochi, que serão abertos no dia 7 de fevereiro, são o principal alvo da guerrilha islamita à qual pertenceriam os autores dos atentados.

MORTES

Segundo o porta-voz do Ministério de Situações de Emergência de Volvogrado, Dmitri Ulanov, morreram a 18ª vítima da explosão na estação ferroviária da cidade, no dia 29, e um dos passageiros do trólebus atingido por uma bomba ontem, chegando a 15 mortos. Outras 73 pessoas ficaram feridas.

Segundo a agência de notícias Interfax, o principal suspeito do ataque de domingo é um homem de etnia russa que se converteu ao islamismo e se mudou para a república separatista do Daguestão em 2012 para aderir a grupos radicais. Também era o homem o terrorista suicida que atacou o trólebus na segunda.

Nesta terça, o vice-procurador do Daguestão, Ruslan Gasanov, foi morto após a explosão de uma bomba colocada em seu carro, estacionado na porta de sua casa em Buynanks. O promotor era responsável por uma série de prisões e investigações contra grupos radicais islâmicos.

O chefe do Kremlin ordenou ao Comitê Nacional Antiterrorista, que coordena o trabalho de todas as forças de segurança do país na luta contra o terrorismo, que reforce os protocolos de segurança em todo o território nacional para prevenir novos ataques.

Na cidade, cerca de 5.200 policiais e forças de segurança do Ministério do Interior iniciaram uma operação que até o momento prendeu 87 pessoas e apreendeu algumas armas. No entanto, não há sinal de envolvimento dos presos com os atentados.


Endereço da página:

Links no texto: