Folha de S. Paulo


Centro dá assistência a homens que pagam por sexo na Suécia

O assistente social Johan Christiansson, 42, ganha a vida tentando ajudar homens que cometeram um delito considerado grave na Suécia: foram flagrados oferecendo dinheiro a uma prostituta.

Coordenador de um centro em Estocolmo voltado aos "sex buyers" (compradores de sexo), ele é acionado de duas a três vezes por semana para acompanhar batidas policiais que resultam em flagrantes de prostituição.

O primeiro atendimento é no local da prisão: quartinhos de bordéis, lobby de hotéis e clubes. "Os homens querem desaparecer, estão envergonhados", explica Johan.

Um em cada quatro homens presos com prostitutas aceita o apoio, segundo o coordenador do serviço.

Soltos após pagamento de fiança, a punição é também moral. "Eles precisam ter consciência de que contribuem para um tipo de escravidão moderna", diz Johan.

O funcionário público acredita ter uma missão especial. "Pagar por sexo é um comportamento que se pode mudar. Se quiserem chamar de dependência, podem chamar, eu não."

Os homens atendidos estão na faixa dos 35 a 50 anos, têm bons empregos, mulheres e filhos.

Os casos ganham destaque. Um de grande repercussão envolveu um funcionário graduado do serviço de prevenção à Aids sueco. Além de ser preso com uma prostituta, ele admitiu ter feito sexo sem preservativo. "Logo depois de ser preso, ele tentou se suicidar", relata Johan.

Ele não tem medo de ser chamado de moralista. "Mesmo nos anos 1970, quando a Suécia era famosa pela liberdade sexual, a prostituição era algo não aceito."

O apoio da opinião publica cresceu –era de 30% no momento da aprovação da lei e hoje chega a 70%. Enquanto isso, o número de suecos que pagam por sexo com prostitutas caiu de 13,6%, em 1996, para 7,9%, em 2008.


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