Folha de S. Paulo


Jovem é vítima de dois estupros no mesmo dia na Índia

A polícia da Índia prendeu na quinta-feira (26) dez homens e indiciou seis deles sob suspeita de serem os autores de dois estupros coletivos contra uma jovem de 21 anos na cidade portuária de Karaikal, no Estado de Pondicherry, no sudeste do país.

O fato ocorreu na noite da terça-feira passada, dia 24.

A vítima disse à polícia que, na primeira vez, foi sequestrada ao sair da casa de amigos por um grupo de três garotos que a viram sozinha. A jovem diz que os três a vigiavam e que a levaram para um descampado, onde um deles a estuprou.

Ela tentou voltar à casa dos amigos, mas, antes de chegar ao local, foi capturada por outro grupo de sete homens. Seis a violentaram.

O segundo estupro foi interrompido pelos amigos da vítima, que brigaram com os agressores. O confronto terminou apenas com a chegada da polícia.

A jovem está em um hospital da cidade, mas sem ferimentos físicos graves.

Os policiais identificaram 13 pessoas relacionadas ao caso e prenderam dez delas. Entre eles, três amigos da vítima que foram acusados de não chamar a polícia para comunicar o crime.

Dois policiais também foram suspensos por inicialmente terem se recusado a registrar a queixa da vítima.

O último suspeito foi preso nesta sexta-feira. A polícia informou que os detidos confessaram o crime.

Os suspeitos ficarão detidos por 15 dias e ainda serão acusados formalmente no tribunal.

UM ANO DEPOIS

O caso ocorre um ano após uma estudante de fisioterapia de 23 anos ter morrido depois de ter sido agredida e violentada por uma gangue em um ônibus em Nova Déli, em 16 de dezembro de 2012.

Durante o ataque, a mulher foi penetrada por uma barra de ferro e depois foi jogada para fora do ônibus.

À época, o caso movimentou o país, provocou várias manifestações e fez subir o número de denúncias de estupro. Estima-se que, a cada 20 minutos, uma mulher seja estuprada na Índia.
Em setembro deste ano, quatro dos estupradores foram condenados à morte.

Na sentença, o juiz Yogesh Khanna descreveu o ataque como "tendo sido cometido de maneira extremamente brutal, grotesca, diabólica, revoltante" e "chocou a consciência coletiva".

A indignação estimulou o governo a adotar leis mais rigorosas. A prisão por crime de estupro dobrou, passando para 20 anos. Voyeurismo, perseguição, ataques com ácido e tráfico de mulheres também tiveram suas penas endurecidas. Tribunais mais ágeis foram criados para cuidar de casos de estupro.


Endereço da página: