O chefe da agência russa de perícia afirmou nesta quinta-feira que o líder palestino Iasser Arafat morreu em decorrência de causas naturais, e não de envenenamento.
O palestino morreu em 2004 em um hospital da região de Paris, aparentemente por causa de um derrame, causado por uma disfunção sanguínea desconhecida. O corpo foi enterrado sem passar por uma necropsia. Suha Arafat, a viúva de Arafat, começou, então, a levantar as suspeitas de assassinato.
Em novembro de 2012, o cadáver foi exumado, e cientistas da Rússia, França e Suíça coletaram amostras para analisar a denúncia de que Arafat foi envenenado à morte com polônio-210.
Conforme a agência oficial de notícias russa Interfax, Vladimir Uiba, chefe da Agência Federal de Biomedicina da Rússia, afirmou que sua equipe concluiu que Arafat "não morreu por efeitos de radiação".
Odd Andersen - 29.out.04/AFP | ||
Arafat deixa Cisjordânia para se tratar em Paris, em 2004 |
Os franceses, que entraram no caso a pedido da Procuradoria de Nanterre, que investiga o episódio, também descartaram envenenamento, dizendo que Arafat morreu por causa de uma infecção generalizada. Eles não deram detalhes sobre o que teria causado a infecção.
Entretanto, os suíços do Centro Universitário de Medicina Legal de Lausanne divulgaram em novembro passado um relatório no qual afirmam que há chances de o palestino ter sido morto. O estudo deles foi intermediado pela rede de TV árabe Al Jazeera, que divulgou as conclusões com exclusividade.
O relatório suíço, de 108 páginas, afirma que havia uma concentração anormal de polônio nas costelas e na pélvis de Arafat. Os médicos disseram ter até 83% de confiança de que houve envenenamento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||