Folha de S. Paulo


Catalunha marca consulta sobre independência, rejeitada pela Espanha

O Parlamento da Catalunha aprovou nesta quinta-feira o texto final sobre o referendo sobre a independência da região autônoma, marcado para 9 de novembro de 2014. No entanto, o governo espanhol voltou a dizer que a votação é inconstitucional e não deve ocorrer.

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O líder do governo regional catalão, Artur Mas, disse que a votação faria duas perguntas: "Você quer que a Catalunha seja um país?" e "Você quer que o país seja independente?". "A data como qualquer data é muito concreta: 9 de novembro de 2014".

Alejandro García/Efe
O presidente regional catalão, Artur Mas, anuncia referendo após reunião do Parlamento catalão
O presidente regional catalão, Artur Mas, anuncia referendo após reunião do Parlamento catalão

Logo após a votação, no entanto, o ministro da Justiça da Espanha, Alberto Ruiz-Gallardón, afirmou que o referendo não pode acontecer porque a Constituição espanhola não permite a separação unilateral de uma região autônoma.

"Nossa Constituição não permite que nenhuma comunidade autônoma submeta a uma consulta ou a um referendo questões que afetam a soberania nacional e cuja disposição corresponde a todos os espanhóis", disse.

A discussão sobre a separação catalã foi retomada nos últimos anos, em meio à crise financeira da Espanha. Barcelona deseja mais poder de decisão em relação aos impostos e gastos públicos, exigências que surgiram no momento em que a Espanha aplicou duras medidas de austeridade para reduzir seu déficit orçamentário.

As pesquisas mostram que cerca da metade dos moradores da Catalunha escolheria a independência em um referendo separatista de sim ou não. A comunidade autônoma da Catalunha representa 15% da população e um quinto da economia espanhola.


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