Folha de S. Paulo


Para Raúl Castro, Mandela foi 'símbolo supremo da luta revolucionária'

Um dos mais aplaudidos líderes presentes na homenagem a Nelson Mandela, o ditador cubano, Raúl Castro, procurou nesta terça-feira lembrar os laços políticos entre seu país e nações africanas.

Chamado de "camarada Raul" pelo apresentador oficial do evento, Raul discursou, em espanhol com tradução para o inglês, dizendo que a luta de Cuba e dos africanos contra o racismo, a desigualdade e o colonialismo é uma só.

Mandela foi uma personalidade maior do século 20, diz Dilma
Nelson Mandela me faz querer ser um homem melhor, diz Obama
Obama aperta mão de Raúl Castro após discurso no funeral de Mandela

"Mandela foi o símbolo supremo da luta revolucionária pela liberdade e justiça. Foi um profeta da reconciliação e da paz", declarou.

Cuba foi um importante aliado do movimento sul-africano contra o apartheid. Nos anos 70, chegou a mandar tropas para ajudar comunistas angolanos a lutarem contra rebeldes apoiados pelo regime racista sul-africano.

"Cuba tem orgulho de ter lutado junto de nações africanas", declarou. Segundo Raul, a luta comum era "para superar a sequela do colonialismo e da segregação racial".

O ditador cubano chamou Mandela de "exemplo de integridade e perseverança, eliminação da pobreza, redução da desigualdade e criação de oportunidades para todos". "Mandela é um exemplo para a América Latina e o Caribe", concluiu.

Seu irmão Fidel Castro, de quem Mandela era próximo, não viajou por estar muito idoso para isso. Antes do evento, ele cumprimentou o presidente Barack Obama, dos EUA, país que mantém um embargo contra a ilha comunista.


Endereço da página:

Links no texto: