Folha de S. Paulo


Greve de policiais provoca saques em nove províncias da Argentina

Protestos da polícia por aumento salarial em nove províncias provocaram saques e tensão na Argentina nesta segunda-feira e durante o fim de semana.

Há greve em algumas cidades, e em outras os policiais não respondem às ordens de seus superiores.

A falta de policiamento ocorria nas províncias de Buenos Aires, Chaco, Chubut, Corrientes, Entre Ríos, Jujuy, Santa Fé, San Luís e Tucumán.

Carlos Cermele/AFP
Policiais em greve bloqueiam rua em La Plata
Policiais em greve bloqueiam rua em La Plata

No fim de semana, os policiais da província de Rio Negro também deixaram de trabalhar até fazer um acordo com o governo estadual.

No domingo, a crise chegou à maior província do país, Buenos Aires, com protestos na cidade de La Plata --sede do governo estadual -- e saques em Mar del Plata, um dos principais destinos turísticos da Argentina.

O prefeito do balneário, a 400 km de Buenos Aires, pediu para as lojas não abrirem.

Em Concórdia, município de Entre Ríos a 415 km da capital, a greve provocou muitos saques na madrugada desta segunda-feira. Uma pessoa morreu e 25 ficaram feridas.

A Casa Rosada afirma que "há um complô desestabilizador" e que algumas forças políticas como o massismo, ligado ao deputado eleito Sergio Massa, estariam por trás das convocações de saques pelas redes sociais.

O ministro da Justiça, Julio Alak, afirmou que os saques são organizados e os protestos policiais são ilegais, já que a segurança é um direito essencial da população.

O governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, que estava no Rio de Janeiro para o encontro da fundação do ex-presidente americano Bill Clinton, antecipou seu retorno ao país.

Nesta segunda-feira à tarde, ele anunciou um aumento salarial para a polícia do Estado, mas os policiais rechaçaram a medida e continuavam fora de seus postos de trabalho.

A crise teve início na semana passada, quando os policiais de Córdoba, segunda maior cidade do país, entraram em greve e mais de 1.000 lojas foram saqueadas.

Nesta segunda-feira, o arcebispo de Córdoba, Carlos Ñáñez, disse que o papa Francisco lhe telefonou para saber como estava a situação na cidade.


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