Folha de S. Paulo


Xerife do sul dos EUA se recusa a baixar bandeira em luto a Mandela

O xerife do condado de Pickens, na Carolina do Sul, no sul dos Estados Unidos, se recusa desde sexta-feira a hastear a bandeira americana a meio mastro desde a última quinta (5). Na data, o presidente Barack Obama decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela.

Para Rick Clark, a honraria só deve ser concedida a americanos, motivo pelo qual ele decidiu tirar a bandeira do mastro e só voltar a colocá-la após o fim do luto. Em mensagem na rede social Facebook, ele justifica a desobediência.

"Nelson Mandela fez grandes coisas para seu país e foi um bravo homem, mas não era um AMERICANO!!! A bandeira deve ser colocada a meio mastro na nossa embaixada na África do Sul".

No entanto, ele hasteou a bandeira a meio mastro na sexta (6) em luto pela morte de um companheiro de corporação e no sábado (7), dia de lembrar os mortos no ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 1941, em meio à Segunda Guerra Mundial.

Neste domingo, a bandeira foi levantada até o topo do mastro e Clark afirmou à rede de televisão CNN que ela continuará assim.

"Eu não teria problema em baixá-la na África do Sul, no país deles, mas não no nosso país. Esse gesto só deveria ser usado para as pessoas que se sacrificaram pelo nosso país".

Não há punição para a desobediência ao luto. Apesar de incomum, o governo americano já pediu a colocação da bandeira a meio mastro a estrangeiros outras vezes. Em 2005, George W. Bush decretou três dias de luto pela morte do papa João Paulo 2º.

O mesmo fez Bill Clinton após o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin ser assassinado em 1995 e Lyndon Johnson na morte do britânico Winston Churchill, em 1965.


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