Folha de S. Paulo


Terninho que Jackie usou está preservado, mas inacessível

No avião de volta a Washington, Jackie Kennedy resistiu a todas as sugestões de assessores de que se arrumasse e limpasse o sangue do marido que manchava o seu terninho Chanel cor de rosa. "Deixem que eles vejam o que fizeram", foi sua resposta.

Mas, no meio século transcorrido desde que John Kennedy foi assassinado em Dallas, em 22 de novembro de 1963, o mais famoso artefato daquele dia --"talvez uma das vestimentas mais reconhecíveis que alguém já tenha usado"-- não foi visto por quase ninguém.

Preservado pelos Arquivos Nacionais em uma câmara climatizada nas cercanias de Washington, o traje está sujeito a restrições impostas pela família Kennedy e não poderá ser visto por quase mais um século.

Se existe um item que captura a vergonha e a violência que irromperam naquele dia, e o glamour e o artifício que o precederam, é o terninho rosa manchado de sangue de Jackie Kennedy.
A peça foi adquirida na Chez Ninon, uma loja da Park Avenue que criava muitas das roupas da primeira-dama.

O terninho rosa e seus acessórios, ainda manchados, e as meias com marcas de sangue continuam inalterados desde o dia do assassinato. Apenas o chapéu e as luvas de pelica branca desapareceram.

Ainda que os Arquivos Nacionais tenham abrigado desde 1964 o terninho e os acessórios, que incluem sapatos azul marinho, bolsa e uma blusa azul marinho, depois da morte de Jackie Kennedy os itens se tornaram propriedade de sua filha Caroline.

Ela doou os itens ao arquivo em 2003, mas estipulou que o terninho usado pela mãe não poderia ser exibido em público até 2103.


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