Folha de S. Paulo


Principais candidatas no Chile têm passado relacionado à ditadura

As únicas semelhanças entre Michelle Bachelet, 62, e Evelyn Matthei, 60, além de serem mulheres e mães de três filhos, começam e terminam no fato de ambas terem sido ministras e filhas de generais da Força Aérea chilena.

O pai da primeira, Alberto Bachelet, foi aliado do ex-presidente Salvador Allende, deposto pelo golpe que instalaria Augusto Pinochet no poder, em 1973, e por isso preso e torturado, morrendo na prisão.

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Já o da segunda, Fernando Matthei, comandou a Força Aérea e integrou a primeira junta militar a governar o país no regime de exceção.

Bachelet é a candidata da coalizão de centro-esquerda Nova Maioria e pode derrotar já no primeiro turno a adversária da frente de direita Aliança. Em pesquisa do Ipsos da semana passada, aparece com 35% das intenções de voto, contra 22% de Matthei.

A candidatura da socialista está centrada em três propostas: uma reforma educacional e tributária e uma nova Constituição para o país.

A conservadora Matthei propõe uma continuação do atual governo de Sebastián Piñera, com foco no desenvolvimento econômico.

"Se o Chile conseguiu grandes progressos, para que colocá-los em risco?", disse.

A ex-presidente Bachelet é médica. Em 1975, foi presa e torturada durante a ditadura.

Foi ainda ministra da Saúde e da Defesa antes de assumir a Presidência, em 2006. Quando deixou o cargo, em 2010, assumiu a ONU Mulheres, onde ficou até março.

Matthei é economista. Foi deputada, senadora e ministra do Trabalho e Previdência Social. Nos anos 80, integrou o movimento Patrulha Juvenil dentro de seu partido, a Renovação Nacional.


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